Cresce o número de vendedores ambulantes no Centro Histórico

Pesquisa realizada pelo Sindilojas Porto Alegre retrata o cenário do comércio informal no Centro da Capital

Mais de 113 mil itens foram apreendidos pela SMIC em ações de combate ao comércio informal no Centro Histórico da Capital em 2016. Segundo uma pesquisa realizada pelo Sindilojas Porto Alegre, o número, embora pareça alto, não coibiu a crescente presença de vendedores ambulantes na região. Em outubro do ano passado, 54% dos lojistas percebiam o crescimento do comércio informal nos arredores das lojas. Agora, de acordo com o novo levantamento da Entidade, 85% dos lojistas sentem o aumento de comerciantes informais na região.

Além disso, mais de 55% dos comerciantes entrevistados se sentem prejudicados pela concorrência desleal. Os principais motivos, segundo eles, são a venda de produtos iguais ou similares (50% da amostra), o fato de atrapalharem a entrada e saída dos clientes das lojas (22,5%), a obstrução das vias públicas e a visualização das vitrines (ambos com 15%), e o aumento da insegurança (2,5%).

Através do estudo, a Entidade também ouviu os consumidores e constatou que as vendas realizadas pelos vendedores ambulantes e comerciantes informais no Centro Histórico movimentaram aproximadamente R$ 268 milhões em 2016 – apenas R$ 125 milhões a menos do que o comércio formal da Capital estimou vender no Natal do ano passado. Algo que, conforme o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, não onera apenas o comerciante formal, mas prejudica todo o desenvolvimento da cidade. “Em um período de retração crise econômica, Porto Alegre só vai voltar a arrecadar e gerar riquezas, assim como abrir novas vagas de emprego, se contar com a colaboração de toda a sociedade. Todos ganham ou todos perdem. E, nesse caso, nossa cidade como um todo deixou de arrecadar mais de R$ 260 milhões que poderiam voltar em tributos para a população, através de infraestrutura, saúde, educação, segurança e mobiliário urbano”, disse.

Além disso, 42,7% dos consumidores da Capital compraram de vendedores ambulantes em 2016, com um gasto médio de R$ 23,27 nas compras. Destes, 78,4% dos consultados compram devido o preço baixo. Na liderança dos produtos mais adquiridos estão itens de vestuário e cosméticos, com respectivamente 19,5% e 18,7% da amostra. 

“O consumidor deve sempre levar em consideração que os preços baixos dos produtos vendidos no comércio informal não são impactados pela alta tributação que existe sob o varejo, aluguel, energia elétrica, segurança privada e custos com a folha de pagamento dos funcionários. E com isso é impossível competir. Precisamos ter em mente que adquirir um produto ilegal é crime, além de ser extremamente injusto com os comerciantes legalizados, já que eles geram oportunidades de trabalho e movimentam a economia o ano inteiro, pagando impostos que ajudam a sustentar uma cidade com serviços básicos para assistir à população”, afirma Kruse.

 

 

 

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