Crescimento acelerado da economia pode ser prejudicial ao Brasil, segundo “Economist”

Publicação britânica lembra que “Brasil não é a China” e que o governo gasta muito e não investe como deveria em infraestrutura
Por Época NEGÓCIOS Online
O crescimento da economia brasileira…

Publicação britânica lembra que “Brasil não é a China” e que o governo gasta muito e não investe como deveria em infraestrutura
Por Época NEGÓCIOS Online
O crescimento da economia brasileira acima do patamar de 5% este ano pode ser insustentável para o país, alertou a revista britânica “The Economist”. Em artigo publicado em sua mais recente edição, a revista afirma que o fato de que a economia brasileira pode estar crescendo em uma velocidade comparada ao crescimento chinês é um problema, pois “o Brasil não é a China”.
“Pelo fato de (o Brasil) economizar e investir pouco, a maioria dos economistas acredita que a velocidade de crescimento deve ser limitada a 5% no máximo, para não entrar em colapso”, diz a revista.
O artigo cita que o surto de crescimento brasileiro é resultado das medidas de estímulo adotadas pelo governo, quando os efeitos da crise financeira atingiram o país no trimestre final de 2008. O problema, segundo os críticos, é que grande parte dos gastos adicionais do governo está se transformando em gasto permanente, e a economia está começando a “ficar parecida com um carro com o acelerador preso ao chão”.
As autoridades já começam a se preocupar, como mostrou a elevação em 0,75 ponto percentual da taxa Selic em abril, fazendo com que os juros no país cheguem a 9,5% por ano. Economistas ouvidos pela revista acreditam que a taxa básica de juros deve encerrar 2011 em 13%.
Outro sinal de que o governo estaria atento a esse perigo seria o anúncio do corte de R$ 10 bilhões nos custos federais ainda em 2010. Economistas ouvidos pelo Banco Central na elaboração do Boletim Focus também vêm apontando aumento no índice de inflação IPCA, situando-se acima do centro da meta do governo, que é de 4,5%.
A “Economist” prossegue dizendo que o governo continua injetando dinheiro na economia de maneira controversa. Os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com taxas na metade da Selic ampliaram o volume de pedidos em quase 50%. Além disso, o governo aumentou os gastos com folha de pagamento: o número de funcionários públicos federais aumentou em torno de 10% desde 2003, mas em compensação, a conta total de salários federais mais do que dobrou no mesmo período, enquanto a inflação ficou abaixo de 50%. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também teria empurrado o salário mínimo num ritmo acima da inflação, ampliando a demanda por consumo. O preço a pagar, porém, estaria nos benefícios dos aposentados.
Para o secretário de Política Econômica da Fazenda, Nelson Barbosa, o rápido crescimento permitiria ao governo acomodar os gastos com funcionalismo e aposentadorias nos próximos anos.
A revista admite que muitos europeus adorariam enfrentar os problemas que o Brasil tem hoje pela frente, com uma economia em crescimento e empresas ampliando seus quadros e investimentos para atender à demanda. Mas ressalta que os preços das commodities estão começando a perder força e que o crescimento seria assegurado se o governo conseguisse manter juros baixos e investisse em infraestrutura.

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