Dificuldade para inovar é a grande barreira da empresa familiar

Estudo da PwC mostra que famílias empresárias precisam abrir mão de certas tradições para se manterem competitivas no mercado

A sétima edição da pesquisa “Empresa familiar: o desafio da governança” realizada pela consultoria PwC em 40 países, revelou que as empresas familiares brasileiras , apesar de todas as dificuldades econômicas do país, têm perspectivas otimistas em relação ao seu desempenho nos próximos cinco anos. Cerca de 76% das 121 entrevistadas preveem um crescimento contínuo durante o período. A maioria delas (79%), registrou crescimento nos últimos 12 meses – um índice, inclusive, acima da média global constatada pelo mesmo estudo, que foi de 65%.

Mas para manter o fôlego e crescer, as empresas familiares no Brasil vão ter que lidar com questões tradicionalmente delicadas para elas. Um dos principais desafios elencados pelos entrevistados é a necessidade de constante inovação. Assim como na edição da pesquisa de 2012, 71% das empresas acreditam que este é um fator fundamental para se manterem competitivas no mercado. “Provavelmente, o apelo decorrente do acelerado ritmo de transformações que estamos vivendo e da chegada das novas gerações mais identificadas com novos modelos, métodos e tecnologias é que está despertando atenção para a importância de inovar”, afirma Fábio Abreu, sócio da PwC Brasil.

No entanto, os analistas da PwC observam que, na prática, as empresas familiares, em todo o mundo, continuam apresentando resistência a mudanças. Elas possuem dificuldade de repensar suas atividades ou reestruturar o modelo de negócio. Nas empresas que estão sob o comando da terceira e quarta gerações, a aversão ao risco é ainda maior. Com a responsabilidade de manter o sucesso do negócio, os sucessores preferem estratégias mais seguras e tradicionais a empreender e inovar. Também mostram maior resistência à entrada de executivos de fora da à família.

A sucessão e a profissionalização da gestão são outros aspectos que a empresa familiar precisa administrar para garantir uma trajetória ascendente. Na pesquisa da PwC, somente 11% das brasileiras relataram ter um plano de sucessão bem estruturado. Para Abreu, o percentual reflete a falta de um planejamento de longo prazo. “Este tipo de prática [planejamento] faz com que a empresa esteja preparada para o futuro, seja ele qual for”, atenta. Na opinião de Mary Nicoliello, diretora da PwC Brasil e especialista em empresas familiares, para que o negócio perdure por muitas gerações, é importante que os membros da família participem do plano de desenvolvimento do negócio como um todo. “As futuras gerações de gestores e líderes das empresas familiares devem ser contempladas com um plano de carreira desde cedo, para que se sintam parte importante da empresa, não só da família. Assim, a chance de o herdeiro se interessar pelo negócio e, posteriormente, querer assumir a gestão são muito maiores”, analisa Mary.

No caso da profissionalização, 46% das empresas brasileiras admitiram a necessidade de iniciar o processo. As mais novas são as que demonstram maior interesse. Porém, em seu relatório, a PwC identifica que falta aos negócios familiares a percepção de que a profissionalização não se resume somente à contratação de gestores de fora. “Trata-se de conferir à administração familiar processos, estrutura e disciplina para que consiga inovar, diversificar-se de modo mais eficiente, exportar mais e crescer rapidamente. Em resumo, alcançar os seus objetivos principais: assegurar um futuro no longo prazo e melhorar a lucratividade”, aponta a análise da consultoria.

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