E ASSIM, SEGUE A CRISE…

Artigo do presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse. 

*Por Paulo Kruse, presidente do Sindilojas Porto Alegre

O aumento da carga tributária, que foi uma das medidas aplicadas pelo governador José Ivo Sartori para tentar amenizar a crise financeira do RS, é uma realidade no nosso estado, que está transbordando em dívidas com dificuldade para pagar os salários dos servidores públicos. Mas, na prática, é a população que acaba pagando essa conta.

É preciso que medidas restritivas sejam tomadas, que haja mudança na lei e, principalmente, que a sociedade seja vista como um todo, sem interesses nem para o funcionário público, nem para o privado, e muito menos a classe empresarial do comércio e da indústria. Para ninguém! O Estado precisa ser igual para todos. O que na prática não acontece.

Conforme a Secretaria Estadual da Fazenda, o valor gasto com o funcionalismo foi de R$ 8,5 bilhões em 2005 para R$ 24,7 bilhões previstos em 2015, entre salários e encargos. Atualmente, o Estado gasta 75,5% da receita com a folha, incluindo servidores ativos, aposentados e pensionistas. Hoje, os inativos são em maior número do que os ativos dentro do funcionalismo público. Um verdadeiro caos!

Ao longo dos anos o corporativismo foi um dos fatores que colaborou para que essas carreiras se distanciassem da iniciativa privada e alcançassem muitos privilégios. Benefícios que se não forem cortados, acabarão quebrando o Estado que não sustentará tais pagamentos e, logo, todos perderão. Vemos funcionários públicos aposentados recebendo milhares de reais por mês e, que ainda, antes de morrerem, encontram uma maneira de repassar essa aposentadoria para outra pessoa. O ciclo continua e o nosso dinheiro vai para o ralo! Deixo claro aqui que não generalizo a classe, porque tem muitos que honram seus empregos, trabalham honestamente e com dignidade. Nesse desabafo, digo que precisamos nos unir para salvar o RS. Seja com aumento de impostos, seja abrindo mão de privilégios.

Algo que a iniciativa privada não usufrui, sendo ela a que produz, a que contribui e a que recolhe os impostos que vão para a máquina pública. Nós pagamos os servidores públicos que precisam dar satisfação dos seus serviços para a sociedade. Afinal, o Estado é de todos!

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