Editorial – Consumidor compra produtos piratas pelo preço

Não adianta o combate aos produtos piratas na ponta do sistema, na barraquinha do camelô da esquina nos bairros. Nas ruas centrais eles não estão mais, eis que a prefeitura construiu o Centro Popular de…

Não adianta o combate aos produtos piratas na ponta do sistema, na barraquinha do camelô da esquina nos bairros. Nas ruas centrais eles não estão mais, eis que a prefeitura construiu o Centro Popular de Compras, o popular Camelódromo, com 800 espaços abrigados. Uma ideia muito boa e que praticamente zerou o estoque de vendedores irregulares na Capital. Mas o fato é que as pessoas compram pelo preço. Então, se é barato, tem consumidor, mesmo que seja produto pirata, contrabandeado e que, no fim, alimenta o crime organizado que trabalha nas imensas fronteiras do Brasil. Por isso não surpreende saber que a fatia de consumidores da classe A e B que consome produtos piratas caiu nos últimos cinco anos, mas permanece elevada, segundo mostra pesquisa divulgada pela Fecomércio do Rio de Janeiro. Em 2006, a pesquisa revelou que 53% dos consumidores dessa classe consumiam artigos piratas e, em 2010, o percentual foi de 47%. A demanda da classe alta por esses produtos prossegue elevada, os produtores e distribuidores de piratas estão sofisticando mais os produtos para atender a essa fatia.

Para todas as classes de renda o preço é apontado como fator predominante para o consumo. Nas demais classes de renda, houve aumento no percentual de consumidores que compram artigos pirateados entre 2006 e 2010, passando de 49% para 53% na classe C e de 32% para 39% na classe E. A avaliação da Fecomércio é que o aumento do rendimento para essas classes elevou o consumo de forma geral, inclusive de piratas. No final do ano, então, os que abastecem o mercado clandestino pelo contrabando fazem a festa. Seja em Porto Alegre como no Rio de Janeiro. Tanto que o produto pirateado ou falsificado se alastra em todas as classes sociais, segundo o presidente da Fecomércio/RJ, Orlando Diniz. Ele diz que a classe C chegou com toda força ao mercado e impulsiona o aumento do consumo de produtos falsos no Brasil. O hábito se alastra por todas as classes sociais e faixas etárias. São 70,2 milhões de pessoas que consomem produtos piratas no País, ou 13,8 milhões a mais do total que compravam esses produtos em 2006. A migração de classes aumentou o consumo em geral no Brasil, de produtos lícitos e ilícitos. Essa atitude de condescendência é também motivada pela visão um tanto quanto romântica que existe no imaginário da população segundo a qual os que produzem e distribuem produtos piratas são pessoas pobres, coitadas e sem emprego.

Pesquisas, entretanto, mostram que a realidade é diferente. Quem faz e distribui pirataria, segundo os dados de entidades e das autoridades encarregadas da repressão, está ligado ao crime organizado. O combate passa pela fiscalização e repressão, mas também conscientização dos consumidores. Entre os produtos falsificados mais consumidos figuram CDs e cigarros. O percentual de entrevistados na pesquisa da Fecomércio/RJ que compra CD pirata chegou a 79%, seguido de DVD, com 77%, e óculos, com 7%. Então fica provado que quem compra produto pirata paga com a vida, segundo a frase da campanha da Federação do Comércio Varejista do Estado do Rio de Janeiro. Vamos nos lembrar disso, nas compras de Natal. O comércio regular tem tudo, com qualidade e garantia. E gera empregos formais.

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