Em alerta contra a superbactéria

A superbactéria que avança pelo país e já causou mortes mobiliza os hospitais gaúchos, que se preparam para tentar deter a chegada do micro-organismo, resistente a antibióticos. Batizada pela sigla KPC –…

A superbactéria que avança pelo país e já causou mortes mobiliza os hospitais gaúchos, que se preparam para tentar deter a chegada do micro-organismo, resistente a antibióticos. Batizada pela sigla KPC – uma abreviação do seu nome científico –, a bactéria multirresistente dificulta o tratamento de doentes e força o uso de drogas altamente tóxicas ou que, por serem muito caras, nem sempre estão disponíveis na rede pública. Diferente da gripe A, a última enfermidade que gerou alarme no país, o contágio da superbactéria ocorreu até agora somente em hospitais, locais onde há grande concentração de pessoas com saúde debilitada e baixa imunidade, um prato cheio para o micro-organismo blindado se desenvolver.

Não há registro de casos no Rio Grande do Sul, mas Francisco Paz, diretor do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), diz que o Estado dificilmente escapará ao avanço da KPC. – Não há como evitar. Ela é um componente da flora hospitalar e vai surgir em determinado momento. Temos de prevenir ao máximo – afirmou. O foco de combate são os 70 hospitais que contam com UTIs, área onde essas bactérias mais se proliferam.

De acordo com a enfermeira Ana Rammé, do setor de controle de infecção hospitalar do CEVS, as unidades de controle das casas de saúde estão intensificando as ações de prevenção, reforçando a higienização de ambientes e equipamentos, estimulando a lavagem das mãos e combatendo o abuso de antibióticos. – Tem de ficar claro que não existe contaminação geral. Os pacientes podem ficar tranquilos. Podem fazer cirurgias e os tratamentos de que precisam, sem medo – ressalta Ana. Segundo ela, o Estado poderá escapar sem grandes perdas: – Médicos e enfermeiros trabalham em mais de um local. Pacientes acabam se tratando em hospitais diferentes. Mas se as medidas forem seguidas, os danos serão mínimos.

Seguir as ações de prevenção é a tarefa mais difícil. O chefe da unidade de infectologia do Hospital de Clínicas da Capital, Luciano Goldani, reclama que as normas não são respeitadas: – Os hospitais têm excelentes comissões. Mas no hospital circula muita gente: pacientes, acompanhantes e até mesmo médicos e enfermeiras que não seguem as regras. A falta de conscientização é o principal obstáculo.

Desde a semana passada, qualquer infecção deve ser comunicada à Secretaria Estadual de Saúde. Dessa forma, seria evitada a transferência de pacientes, diminuindo o risco de proliferação para outras unidades médicas. O vice-presidente da Associação Gaúcha de Profissionais em Controle de Infecção Hospitalar, Ricardo Ariel Zimerman, destaca, porém, que a superlotação dos hospitais, comum no Estado, pode aumentar as chances de a superbactéria aportar em território gaúcho: – Hospitais superlotados favorecem a transmissão. Os pacientes ficam muito próximos. Às vezes não tem álcool disponível. A bactéria, porém, é democrática. Se houver quebra de medidas de bloqueio, ela vai se transmitir.

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