Empresários gaúchos querem manter quadro de funcionários e investir na qualificação, mostra Fecomércio-RS

No período recente em que mais se ouve falar em demissões, entender como os empresários percebem e valorizam o seu quadro de colaboradores em um período de baixa nas vendas pode ser decisivo para se buscar…

No período recente em que mais se ouve falar em demissões, entender como os empresários percebem e valorizam o seu quadro de colaboradores em um período de baixa nas vendas pode ser decisivo para se buscar empregabilidade. Para descobrir o que pensam os empreendedores do comércio de bens, serviços e turismo, a Fecomércio-RS, por meio do Instituto Fecomércio de Pesquisa (Ifep), pesquisou 550 empresas de todas as regiões do Estado para conhecer as expectativas de gerentes e donos de negócios em relação à manutenção dos colaboradores em seus postos de trabalho. Mesmo realizada em uma fase aguda da crise, os resultados surpreenderam positivamente. Conforme as respostas, 69,6% dos entrevistados disseram que pretendem manter o quadro atual de funcionários, seguidos por 21,1% que querem contratar mais pessoas e uma minoria de 8% que sinalizaram uma redução no número de contratados. “Existe um amadurecimento do empresariado, que se mostra disposto a encontrar alternativas para redução de custos que não a demissão. A busca está no ganho de eficiência dos negócios, e não na dispensa dos colaboradores”, avalia o economista da Fecomércio-RS, Eduardo Merlin. Ele lembra que em todo o ano de 2008, quando a economia ainda estava bastante aquecida, uma das maiores reclamações dos empreendedores se dava pela falta de mão- de-obra qualificada disponível. “Ou seja, esse empresário que contratou, qualificou e apostou em um talento não está disposto a perder tudo o que já foi conquistado. Ele sabe que se colocar alguém treinado de volta ao mercado será um grande risco para ele quando precisar voltar a contratar. Demissão e contratação têm um alto custo nos negócios”, diz Merlin.
Em relação à pretensão de investimento na qualificação dos colaboradores, 68,5% dos entrevistados revelaram querer investir e apenas 31,1% responderam que não. Sobre as formas como estes investimentos serão feitos, a maioria, 38,2%, citou o treinamento interno para qualificação. Cursos e treinamentos em vendas apareceram como segunda opção para 24,7%, e 13,8% citaram cursos direcionados aos ramos específicos de trabalho. Para Merlin, são duas formas majoritárias com que os empresários buscam capacitação do seu quadro funcional: treinamento interno, específico na função, e vendas e atendimento, mais amplo em relação ao posto específico que o colaborador possui dentro da empresa.
Para o diretor regional do Senac-RS, José Paulo da Rosa, os resultados da pesquisa refletem efetivamente o que se percebe na demanda real por qualificação. Ele explica que mesmo em 2009, com a crise eminentemente liderando as notícias, não houve queda na procura pelos cursos oferecidos pela entidade. “As empresas estão cada vez mais inclinadas a manterem uma equipe qualificada, pois este pode ser o diferencial na hora de competir e se diferenciar dos concorrentes”, explica da Rosa. Ele ainda conta que uma grande prova dessa cultura da valorização da qualificação está na criação das chamadas universidades corporativas, um termo fictício que corresponde às áreas criadas dentro das empresas que atuam focadas no treinamento dos colaboradores.

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