Entrevista – Atenção à classe C
André Torreta, publicitário e fundador do instituto de pesquisa e comunicação A Ponte, é um dos palestrantes da Semana ARP da Comunicação, da Associação Riograndense de Propaganda. Ele falará hoje,…
André Torreta, publicitário e fundador do instituto de pesquisa e comunicação A Ponte, é um dos palestrantes da Semana ARP da Comunicação, da Associação Riograndense de Propaganda. Ele falará hoje, às 14h, no Hotel Sheraton, sobre o tema “A nova classe média brasileira”, abordando a classe C.
Zero Hora – Qual a característica que diferencia a classe C brasileira?
André Torreta – No Brasil, é composta por 102 milhões de pessoas. Segundo a FGV, nos próximos quatro anos serão mais 36 milhões. Hoje, anda de avião e compra itens que não consumia, como iogurte, queijo, mas ainda não entende o que lê nos jornais. Ainda há certo preconceito. Isso precisa ser superado. O mercado precisa descobrir esse Brasil que estava escondido e andava no elevador de serviço.
ZH – Como deve agir o mercado para ser inovador?
Torreta – Precisa entender que a classe C quer ser ela mesma, quer ser incluída socialmente. Como consumidora, existe há pouco tempo e, por isso, é mais fácil ser inovador nesse segmento. As grandes inovações vão surgir em países emergentes como o Brasil, porque ainda há espaço para criar. O susto já passou. Agora, é hora de ganhar dinheiro.
ZH – Em produtos, que carências da classe C poderiam ser aproveitadas?
Torreta – A questão cultural é importante. Não há uma revista de massa, direcionada para os outros trabalhadores, como para as empregadas domésticas, que representam a maior parcela do trabalho.