Fecomércio-RS vai buscar com deputados reajuste do piso regional proporcional às condições das empresas do Estado

A Fecomércio-RS (Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS) condena a proposta de reajuste de 11,6% no salário mínimo regional, protocolada nesta segunda-feira (28/2) na Assembleia Legislativa. Para a entidade, que já havia apresentado sua argumentação ao governador Tarso Genro e agora pretende levar o posicionamento aos deputados, o índice sugerido é desproporcional à realidade do mercado.

Em reunião com o governador realizada na semana passada, os presidentes da Fecomércio-RS, Zildo De Marchi, Fiergs, Paulo Tigre, FCDL, Vitor Koch, e Federasul, José Paulo Cairoli, condenaram o cálculo e sugeriram um reajuste em conformidade com os aumentos definidos através das negociações coletivas (que tem base na inflação do período medida pelo INPC).

Pela proposta do governo gaúcho (PL 96/2011), as faixas ficam em R$ 610, R$ 624, R$ 638 e R$ 663, contra os atuais R$ 546,57 (faixa I), R$ 559,16 (faixa II), R$ 571,75 (faixa III) e R$ 594,42 (faixa IV). Na visão dos representantes empresariais, os novos valores são um estímulo à informalidade e vão contra o crescimento econômico.

Segundo a Fecomércio-RS, entre 2001 e 2010 não houve perda para o piso regional em termos de inflação, visto que a variação arcada pelas empresas foi de 137,6%, enquanto o INPC subiu 87,9% – ou seja, ganho real de 26,5% ao salário. Em entrevista coletiva, Tarso Genro chegou a afirmar que gostaria de poder atender o aumento de 17,33% sugerido pelas centrais sindicais, e garantiu que anualmente haverá novas correções. Outro argumento apontado pela Fecomércio-RS faz referência ao reajuste estabelecido para o salário mínimo nacional em 2011, que foi 6,86%, valor bem abaixo dos 11,6% que o governo estadual quer impor às empresas. |Fecomércio-RS|