Governo prepara lei para alterar código de barras

Etiqueta inteligente ganha força entre os itens de alto valor agregado

O governo está preparando uma lei para revolucionar o velho código de barras. A ideia é transformá-lo em uma etiqueta inteligente, capaz de combater a pirataria e a falsificação e ainda, garantir a segurança dos consumidores.

A nova etiqueta, que utiliza a tecnologia por radiofrequência RFID, vai permitir o controle em tempo real da localização das mercadorias, desde a fábrica, passando por transporte, validade e composição alimentar, até que elas cheguem às mãos dos clientes. Cada produto passará a ter um número de série único, o que irá facilitar essa rastreabilidade.
O secretário de comércio e serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Humberto Luiz Ribeiro, afirma que a nova ferramenta será fundamental para a gestão do estoque das lojas.

A mudança, que deve começar pelas grandes empresas, exigirá a troca de equipamentos e leitores em toda a rede comercial. Inspirada em experiências em alguns setores da economia no Japão e nos Estados Unidos, a iniciativa, em parceria com o setor privado, deverá começar a ser implementada ainda este ano, setorialmente, primeiramente para produtos de pequeno porte e de alto valor agregado.

O governo espera que, em dois anos, os resultados comecem a ser visíveis. A diferença em relação ao código de barras é que o novo selo holográfico, além de ser ilimitado e poder incluir, por exemplo, a validade do produto, não poderá ser copiado.
No Brasil, o governo aposta em exemplos bem-sucedidos, como o da Memove. Criada há pouco mais de um ano com o propósito de atender ao público jovem, a marca tem em todas as suas peças a etiqueta inteligente, por meio da identificação via RFID.

O diretor de tecnologia da informação do grupo, Emerson Mattos Santangelo, explicou que cada item tem um chip do tamanho da cabeça de um fósforo que, ao se aproximar de uma antena de radiofrequência, é lido. Nos caixas tradicionais da loja, não é preciso passar item por item, apenas a cesta com as roupas. Elas são automaticamente registradas e têm o alarme de segurança desativado, o que reduz filas.

A ideia do governo é incentivar a fabricação da etiqueta inteligente por indústrias no próprio Brasil, a fim de minimizar os custos. Na Memove, por exemplo, cada uma sai por cerca R$ 0,35, oito vezes mais que o código de barras, segundo o diretor de tecnologia. Os chips são importados do mercado americano. “Para o varejo alimentício, no qual há produtos com valores baixos, esse custo é significativo. Mas, para peças acima de R$ 10,00 ou R$ 20,00, ele passa a ser viável. No fim das contas, com certeza, o ganho é maior”, considerou.

O assessor de soluções e negócios da GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação -, Edson Matos de Lima, concorda que a tendência é de que a etiqueta inteligente cresça mais rapidamente no segmento têxtil, pelo fato de serem produtos de mais alto valor agregado. “Nesse momento, é nesse perfil de mercadoria que o custo mais alto se justificaria”, diz, destacando que já existem alguns cases interessantes de aplicação dessa tecnologia no País, como do Exército do Brasil e da Aeronáutica, além do varejo.

A GS1 tem cerca de 55 mil empresas associadas é a responsável pela padronização de identificação de produtos no Brasil. Ao longo deste ano, a entidade vai realizar uma pesquisa para traçar um panorama do RFID no Brasil. “A convivência entre a etiqueta inteligente e o código de barras ainda deverá ocorrer por mais 50 anos no País, mas já estamos acompanhando essa evolução”, diz Lima.

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