Greve dos rodoviários provoca baixa de 15% no varejo em Porto Alegre

Lojas para classes C e D estão entre as mais prejudicadas, diz Sindilojas.
Segundo sindicato, parte dos estabelecimentos fechou as portas.

A greve dos rodoviários de Porto Alegre, que nesta quarta-feira…

Lojas para classes C e D estão entre as mais prejudicadas, diz Sindilojas.
Segundo sindicato, parte dos estabelecimentos fechou as portas.

A greve dos rodoviários de Porto Alegre, que nesta quarta-feira (5) chegou ao 10º dia, vêm causando transtornos para públicos distintos. Além de causar dificuldades à população, a ausência dos ônibus provocou uma queda de 15% nas vendas do varejo em janeiro na capital gaúcha, conforme aponta levantamento do Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas).

Levando em consideração apenas o período em que a cidade está sem transporte coletivo, pouco mais de uma semana, a queda chega a 50%. Entre os mais prejudicados estão os lojistas que atendem as classes C e D e as lojas de rua. Segundo o sindicato, parte dos estabelecimentos está com as portas fechadas.

“Há empresas encerrando as atividades, pois estão sem clientes. O comércio ainda se recupera também do vandalismo sofrido durante as manifestações que ocorreram em junho do ano passado, então essa greve piorou ainda mais a situação dos lojistas”, lamenta o presidente da entidade, Ronaldo Sielichow.

Apesar da situação, alguns segmentos apresentaram resultado positivo. A venda de ar-condicionado subiu 125% em relação a janeiro do ano passado, puxada pela onda de calor na cidade. Ainda assim, o sindicato estima que, se houvesse ônibus em Porto Alegre, o crescimento seria mais intenso.

O sindicato afirma que exigirá uma solução ao impasse. “Retirar todos os ônibus das ruas ocasionou problemas em diversos setores, redução de salários, fechamento de empresas e até desemprego. Estamos tomando providências legais e realizando contato com as autoridades para reivindicar uma solução rápida e eficaz”, disse Sielichow.

Frotas continuam recolhidas

Sem ônibus nas ruas, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) indica alternativas para o transporte em Porto Alegre. Moradores seguem sendo atendidos por lotações, vans escolares e embarcações para aquelas pessoas que moram nas ilhas. A tarifa é de R$ 4.

Pelo menos 8 veículos chegaram a sair das garagens nesta manhã, mas as próprias empresas pediram para que voltassem, já que um deles foi depredado. A partir desta quarta-feira (5), agentes de trânsito estão nos principais pontos de ônibus do município orientando sobre as rotas das lotações e das vans. Informativos com horários e trajetos também devem ser colados nesses locais.

A Prefeitura de Porto Alegre pediu novamente na terça-feira (4) que os ônibus metropolitanos sejam disponibilizados para o transporte de passageiros dentro da cidade. A direção da Metroplan disse que vai encaminhar o pedido para avaliação do Conselho de Transporte, mas ainda não há data para a resposta.

Também na terça-feira, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) não teve sucesso na tentativa de realizar uma reunião de mediação entre os sindicatos dos rodoviários e das empresas de transporte de Porto Alegre. Uma nova tentativa será realizada nesta quarta (5), com o objetivo de acabar com o impasse causado pela greve que deixa a cidade sem nenhum ônibus urbano.

Segundo o TRT, desembargadora Ana Luiza Heineck Kruse pretendia marcar uma audiência para o final da tarde, mas o sindicato das empresas se negou a participar alegando que “não havia clima”. Um novo encontro foi agendado para a quinta-feira.
No final de tarde desta terça, a magistrada recebeu representantes dos rodoviários. O objetivo é tentar garantir o cumprimento da liminar que prevê 70% dos ônibus nos horários de pico e 30% em horários normais. A greve chegou ao 10 dia, sendo o nono com a cidade sem nenhum ônibus.

Na manhã desta terça, os rodoviários rejeitaram a proposta de reajuste de 7,5% apresentada no dia anterior pelo sindicato. Com isto, a cidade viveu mais um dia de transtornos. Vans escolares e veículos de transporte clandestinos tentam atenuar a ausência dos ônibus. Os táxi-lotações são autorizados a levar passageiros em pé. Desde terça, um transporte hidroviário liga a Ilha da Pintada ao Centro da cidade.

Na última quarta-feira (29), o TRT decidiu aceitar parcialmente uma ação judicial protocolada pelo Seopa e reconheceu a greve como “ilegal”. A ilegalidade do movimento havia sido retirada após o acordo, mas voltou a vigorar após o descumprimento dos rodoviários. Com isso, os dias parados poderão ser descontados dos salários dos empregados grevistas. Além disso, a Corte aplicou multa de R$ 100 mil por dia ao sindicato em caso de descumprimento.

Rodoviários rejeitaram proposta

As empresas ofereceram 7,5% de reajuste salarial, aumento de R$ 3 no vale alimentação, passando dos atuais R$ 16 para R$ 19, além de redução de R$ 40 para R$ 10 no valor descontado dos trabalhadores a título de co-participação no plano de saúde. Na assembleia, realizada na manhã desta terça-feira no Ginásio Tesourinha, apenas o segundo item foi aprovado pelos rodoviários.

Segundo o Sindicato dos Rodoviários, os trabalhadores seguem pedindo 14% de reajuste salarial, plano de saúde 100% subsidiado e redução da jornada de trabalho de oito horas diárias para seis horas diárias, reivindicação considerada prioritária pela categoria.

A primeira assembleia para votar um possível fim da greve ocorreu na sexta-feira (31) no Ginásio Tesourinha, onde o Sindicato dos Rodoviários decidiu manter a greve geral, contrariando um acordo que havia sido firmado no dia anterior no TRT e que determinava uma trégua de 12 dias na paralisação, com a circulação de 50% da frota na sexta-feira e 100% a partir do sábado, enquanto a categoria negociava o dissídio com o sindicato patronal.

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