Impactos econômicos no varejo são tema de painel na 9ª FBV
Painel de abertura do segundo dia de Feira Brasileira do Varejo reuniu economistas para avaliarem o cenário econômico brasileiro.
Na abertura da segunda tarde de Congresso da 9ª Feira Brasileira do Varejo, Lucas Schifino, gerente de Assessoria Parlamentar do sistema Fecomércio-RS/SESC/SENAC, e Oscar Frank, economista-chefe da CDL Porto Alegre, participaram do painel “O Impacto da Economia no Varejo”, mediado por Giane Guerra, jornalista de Economia do Grupo RBS. Na ocasião, os palestrantes avaliaram os os impactos econômicos no varejo a partir de dados e análises de contexto.
Frank destacou que, com o PIB brasileiro registrando crescimento de 0,7% até o mês de abril, a economia do país em 2022 será puxada pelo setor agropecuário e de serviços. “A indústria enfrentará dificuldades devido a inflação e a falta de insumos”, apontou. O cenário no Rio Grande do Sul revela-se ainda mais desafiador do que no restante do Brasil: “A estiagem de grãos enfrentada no primeiro semestre impactou o estado que teve desempenho negativo de 6,6% contra a média nacional de 0,7% de crescimento”. “Com a economia cada vez mais interligada, a situação do agronegócio compromete a capacidade de geração de renda, resultando em uma queda do poder de compra, especialmente no interior do estado”, observou. Por outro lado, conforme enfatizaram Oscar e Giane, existe uma demanda de consumo represada pela pandemia, que mitiga uma parte dos efeitos negativos, principalmente no setor de serviços.
Já Lucas Schifino enfatizou que o crescimento do varejo e da renda são diretamente proporcionais: “O PIB parece uma variável de especialista da área econômica, mas, do ponto de vista do varejo, é o mesmo que renda. As empresas do setor varejista precisam estar perto do consumidor, pois onde tem gente gerando renda, tem venda”. Outro ponto destacado foi a proporção inversa entre varejo e taxas de juros: “A parte do crescimento do varejo que não se explica pelo PIB, depende da queda da taxa SELIC, visto que o juro mais baixo permite que o consumidor tenha acesso a crédito de forma mais fácil”.
O palestrante ressaltou ainda a importância do setor dar preferência à expansão fundamentada em produtividade ao invés de baseada na abertura de novas lojas. “O desenvolvimento por meio da abertura de novas lojas no varejo acaba não sendo um processo sustentável, pois a evolução da população em idade produtiva não acompanha o crescimento do número de novas unidades. Desta forma, a saída para o varejo brasileiro é aprimorar a eficiência dos negócios”, explicou. Por fim, Lucas evidenciou a necessidade de uma agenda política voltada ao combate da inflação internamente. “Em um ano de eleições, precisamos discutir de forma mais abrangente as políticas públicas que impactam a economia e que garantem juros mais baixos”, concluiu.
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