Imposto sobe para segurar consumo

Depois de nova alta do IPCA, governo decide dobrar IOF em empréstimos para pessoa física, mas impacto deve ser restrito

Para reduzir o consumo e segurar a inflação, o governo anunciou ontem uma elevação de 1,5 ponto percentual na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente sobre todas as operações de crédito para pessoa física – incluindo financiamentos de automóveis e de imóveis. Com a medida, que entra em vigor hoje, o tributo de 1,5% passa a 3% ao ano sobre operações com cartão de crédito, crédito direto ao consumidor e crédito consignado. Considerando a nova alíquota de 3% ao ano para as pessoas físicas, o IOF vai de 0,0041% ao dia para 0,0082% ao dia. O ministro ressaltou que o novo imposto não incidirá sobre o crédito para empresas e investimentos. A avaliação de Mantega é que o crescimento do crédito está em 20% ao ano, o que é uma velocidade muito elevada. O ideal, de acordo com ele, é que esse crescimento seja em torno de 12% a 15% ao ano. – Estamos tomando esta medida para evitar que a inflação fuja do controle. O governo não vai perder o controle da inflação no Brasil – afirmou o ministro. Segundo Mantega, a inflação medida pelo IPCA em março foi o que motivou a decisão do governo anunciada ontem. O IPCA de março ficou em 0,79%, e acumula alta de 6,3% em 12 meses. – Acreditamos que a inflação deve cair nos próximos meses, quando acabar a entressafra de etanol, mas o governo não deixará de tomar medidas, porque essa inflação pode se propagar para outros setores que já estão aquecidos, como é o caso de serviços – acrescentou. O ministro ressaltou que a inflação não está fora de controle: – Está mais controlada do que em outros países. O ministro trabalha com a projeção de inflação do Banco Central, que é de 5,6% para este ano.

Redução dos prazos seria saída, avalia especialista

O economista José Dutra Vieira Sobrinho afirmou que o aumento do IOF para empréstimos para pessoas físicas não deve ter impacto imediato na demanda por financiamentos. – Será preciso ainda outras pedidas. Parece que há um certo desespero quando se anuncia uma medida após a outra – afirmou Sobrinho. Como exemplo, ele diz que um financiamento de R$ 10 mil em 36 parcelas terá uma prestação aumentada de R$ 397,63 para R$ 402,92. Para o presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel de Oliveira, a medida não deve surtir resultado para o consumidor. – Tanto consumidores quanto agentes financeiros estão otimistas com o futuro da economia. Nesse cenário, uma medida desse tipo praticamente não ter o efeito prático – avaliou. A medida capaz de reduzir os níveis de crédito, projetou, seria uma redução drástica nos prazos de financiamento.

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