Inflação no ano já supera 2009
Sob forte pressão dos alimentos, a inflação acumulada neste ano ultrapassa a de 2009. Além disso, a alta generalizada de preços em outubro foi a maior para o mês desde 2002. No mês passado, o Índice de…
Sob forte pressão dos alimentos, a inflação acumulada neste ano ultrapassa a de 2009. Além disso, a alta generalizada de preços em outubro foi a maior para o mês desde 2002. No mês passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,75%, com destaque para o feijão carioca, que avançou 31,42%, divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do ano, o indicador oficial usado pelo Banco Central para cumprimento de meta de inflação teve alta de 4,38%, enquanto em todo o ano passado chegou a 4,31%. O grupo dos produtos alimentícios foi o responsável por quase 60% da inflação em outubro. O segmento registrou aumento de 1,89%, a maior variação mensal apurada pelo IBGE para o grupo desde junho de 2008, quando a alta dos preços chegou a 2,11%.
A coordenadora de índice de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, ressaltou a pressão neste ano exercida pelos alimentos e por determinados serviços, como colégios, empregado doméstico e condomínio. Mas também lembrou que alguns itens vinculados ao dólar, como artigos de limpeza e de higiene pessoal, além de combustíveis e automóveis, estão contribuindo para conter a alta do IPCA.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que a meta de inflação terá de cair no governo de Dilma Rousseff, para que o juro real no Brasil chegue a 2% ao ano. Atualmente, o centro da meta é de 4,5%, mas com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. O juro real é resultado da taxa básica (hoje em 10,75%) deduzido da inflação. Bernardo não quis colocar um prazo para a redução, mas explicou que deverá ser um processo gradual e de longo prazo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado no cálculo de reajustes salariais, avançou 0,92% em outubro. No ano, acumula alta de 4,75% e, em 12 meses, de 5,39%.