Lojas ganham nova roupagem

Para competir no mercado, não basta ter bons produtos. O conceito-chave é se diferenciar. E é com base nesta máxima que cada vez mais lojistas optam por não seguir padrões no formato dos negócios. O…

Para competir no mercado, não basta ter bons produtos. O conceito-chave é se diferenciar. E é com base nesta máxima que cada vez mais lojistas optam por não seguir padrões no formato dos negócios. O exemplo mais recente de modelos nada convencionais são as chamadas pop up stores, que começam a chegar a Porto Alegre. Elas abrem com um objetivo bastante claro por um curto período de tempo.

Na Capital, a Toyota apostou no conceito. A ideia foi lançar uma revenda temporária no shopping Praia de Belas por cinco semanas, uma forma de se aproximar do público e divulgar a concessionária recém-inaugurada a menos de dois quilômetros dali. A iniciativa vai ao encontro de uma máxima do varejo: “as três coisas mais importantes são a localização, a localização e, por fim, a localização”, brinca Paulo Meira, coordenador do MBA em Marketing da Universidade Ritter dos Reis – UniRitter. Por outro lado, as pop up stores contrariam um princípio clássico da década de 1950, a Teoria da Roda do Varejo. Segundo ela, novos tipos varejistas desafiam as instituições existentes ao oferecer baixo status, baixa margem de ganho e baixo preço. Com êxito no mercado, entretanto, eles passam a se sofisticar, agregando mais serviços em suas operações, e, por fim, assemelham-se às instituições que desafiaram, dando, por sua vez, espaço para que novos entrantes de baixo preço e nível de serviço entrem no mercado, na roda. Para Meira, no entanto, esse novo formato segue outra linha. “As pop up stores contrariam a Teoria da Roda do Varejo, pois já iniciam com alto nível de serviço, em geral, e mais atraentes que as lojas de baixo preço.” Assim como os supermercados marcaram os anos 1930 nos Estados Unidos e os shopping centers delinearam a década de 1950, as pop up stores podem se consagrar como a marca do século XXI. Pontas de estoque, com as quais a clientela já está mais acostumada, também encontraram na temporalidade a estratégia para dar certo. A Etiquetário, na Chácara das Pedras, funciona apenas três vezes ao ano, mesmo com os pedidos insistentes das compradoras para que a loja seja fixa. Já o Armazém das Fábricas, de Novo Hamburgo, vende calçados na Capital sazonalmente para medir se valia a pena abrir um espaço em Porto Alegre. E valeu. Há até quem venda roupas em caixas gigantes de metal. Em uma viagem a Singapura, o empresário André Krai encontrou a resposta para um projeto inovador. Ele se deparou com uma loja dentro de um contêiner e percebeu que o conceito poderia dar certo no Brasil. Dali nasceu a Container Concept Store (CCS), agora patenteada na América Latina. A ideia demorou sete anos para ser posta em prática, devido a todos os desafios que é vender roupas dentro de uma grande caixa de metal, e existe há dois anos. A loja que Krai conheceu no exterior era pequena e, segundo ele, também mais conceitual. Já os contêineres do empresário têm dois andares. “Dessa maneira ela é quase um outdoor ambulante, com duas vitrines gigantescas”, relata ao lembrar que experimentou empreender com apenas um piso e que não funcionou. A loja de Singapura tem uma linha ambiental, e esse princípio o empresário brasileiro seguiu. “As pessoas adoraram a ideia de serem ecologicamente corretas”, relata. As araras são recicladas de partes de ônibus antigos, a madeira vem de áreas reflorestadas e outros materiais são provenientes de ferro velho. Krai conta com cinco unidades próprias no Estado – em Nova Petrópolis, Caxias, Dois Irmãos, Novo Hamburgo e Xangri-lá – e de uma em Lages, em Santa Catarina. A iniciativa já deu tão certo que virou franquia, com quatro vendidas. A previsão para 2010 é que mais 20 sejam negociadas. A aceitação desse formato inovador de loja se deve também ao baixo custo para os franqueados. Antes de viajar a Singapura, o idealizador pensou em levar o vestuário da sua fábrica própria para os shoppings de outras regiões do Brasil. Porém, o investimento era mais elevado. Um benefício da CCS é ser uma multimarca. Assim, é possível vender as grifes que quiser, além das próprias marcas de Krai, a Intuição e a Container, esta criada com o projeto. A loja em contêiner não foi pensada com o propósito de ser deslocada por aí, de cidade em cidade. A ideia é apenas chamar a atenção dos clientes devido ao formato e baratear o custo de se ter um empreendimento. Ainda assim, outro atrativo para os investidores é a mobilidade do negócio. “Se não der certo, vai para outro lugar”, afirma.

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