Lojista ganha isenção no aluguel de máquina de cartões de crédito

SÃO PAULO – A gerente Ruth Zychar não perde tempo quando o assunto é diminuir os custos da loja de móveis e presentes na qual trabalha, no bairro de Santana, zona Norte de São Paulo. Um dia depois do fim…

SÃO PAULO – A gerente Ruth Zychar não perde tempo quando o assunto é diminuir os custos da loja de móveis e presentes na qual trabalha, no bairro de Santana, zona Norte de São Paulo. Um dia depois do fim da exclusividade entre Cielo e Visa no mundo dos cartões de crédito e débito, há cerca de três meses, ligou para suas credenciadoras para conseguir melhores condições. Eduardo Sadao Fujimori, dono de uma loja de armarinhos e outra de tecidos no bairro do Limão, também na Zona Norte da capital paulista, não foi tão rápido, mas também conseguiu seus descontos.

Quando soube da mudança nas regras dos cartões, Ruth negociou condições melhores para sua loja

Ruth e Eduardo mostram que a nova realidade no credenciamento de cartões de crédito e débito começa aos poucos a melhorar a vida dos donos de empresas de varejo. Tamanho do negócio e vontade de batalhar por custos menores são fundamentais nessa mudança. Ruth, que vende produtos maiores e mais caros, tinha uma máquina Cielo e outra Redecard. Manteve as duas, com descontos em ambos os casos.

“Tanto na Redecard, quanto na Cielo, eu pagava R$ 90 por mês pelo aluguel das máquinas”, conta a administradora. “Ao renegociar, consegui isenção na Redecard, em troca de um gasto mínimo de R$ 6 mil por mês nas compras, e isenção por seis meses na Cielo, sem contrapartida de gastos. Depois desse período, pagarei R$ 39 por mês.”

Ruth também teve descontos nas taxas de administração. As operações de crédito via Redecard caíram de 3,4% do valor total da compra para 2,8%. Na Cielo, a redução foi de 3,6% para 2,8%. A empresária optou por manter ambas as máquinas por uma questão de segurança operacional. “Às vezes, um cartão está momentaneamente fora do ar, então utilizo o outro sistema.”

Já Eduardo, donos das lojas de armarinhos e tecidos, tinha quatro máquinas, duas de cada empresa, e acabou ficando com apenas duas, da Redecard. “A Cielo não me ofereceu descontos”, afirmou. Por ter um negócio menor, o empresário também não conseguiu descontos no aluguel das máquinas, e paga R$ 82 por unidade, por mês. Agora apenas com a Redecard, as taxas de administração no crédito parcelado para Eduardo caíram de 4,3% para 3,2%. No débito, a redução foi de 2,5% para 2,2% do valor da compra. “A negociação vale por dois anos. Nesse tempo, não posso mudar os termos”, disse.

Empresa procura cliente

Marcel Solimeo, economista-chefe e superintendente institucional da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), conta que a concorrência também está fazendo as empresas procurarem mais os clientes, oferecendo melhores condições. “A situação não vai mudar da noite para o dia, mas já há casos de renegociações com preços melhores para os comerciantes”, diz.

Segundo ele, muitos lojistas ainda estão esperando o fim do ano, com a chegada das vendas de Natal, para decidir o que fazer com suas máquinas. Antes, o comerciante precisava ter uma máquina da Cielo se quisesse passar a bandeira Visa, e outra da Redecard para Mastercard. Agora, qualquer máquina passa qualquer cartão. “Os comerciantes estão aguardando para ver. Alguns testam a possibilidade de manter duas máquinas, para facilitar o atendimento”, afirma. Solimeo ficou satisfeito com as mudanças, mas acredita que o resultado mais importante do processo não é a queda de taxas, e sim o aumento da concorrência, com a entrada de novos operadores. “A maior barreira era física, era a criação de uma rede para atender todo o País. A flexibilização ajuda nesse caminho.”

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