Lula reforça munição para blindar 2009

Para não atrapalhar seus dois últimos anos de governo e evitar que as conquistas no ritmo do crescimento naufraguem com a crise financeira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz hoje a primeira reunião…

Para não atrapalhar seus dois últimos anos de governo e evitar que as conquistas no ritmo do crescimento naufraguem com a crise financeira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz hoje a primeira reunião sobre o abalo global com todo o ministério. Vai pedir empenho à equipe e discutir as formas de enfrentar a turbulência.
Entre as principais medidas em debate estarão redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para setores produtivos em dificuldades – como agricultura, automotivo e de construção civil –, manutenção do ritmo crescente dos investimentos em grandes obras, novas linhas de crédito para a compra de máquinas e equipamentos destinados à exploração e produção de petróleo, além de campanhas publicitárias para que as pessoas não deixem de comprar bens de consumo. Uma das formas de vencer a crise, na opinião de Lula, é manter os investimentos nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – cerca de R$ 200 bilhões até o fim de 2010 –, irrigar dinheiro para o crédito e convencer as pessoas de que devem continuar comprando. Pelos cálculos do governo, a perda de arrecadação estimada para o próximo ano será de no mínimo R$ 8 bilhões. Mas o presidente quer que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) fique em 4%. Portanto, os ministros terão de oferecer soluções que conciliem os ajustes necessários ao enfrentamento da crise e a oferta de dinheiro para os investimentos.
Ontem, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que o mercado de crédito está em processo de recuperação após a forte contração registrada em setembro: – O fato de bancos públicos ainda terem uma significativa fatia do mercado de crédito brasileiro, que foi reestruturado ao longo dos anos, contribuiu para essa recuperação.

Como afeta a sua vida
Será preciso mesmo convencer o consumidor a manter o nível de compras deste ano durante 2009. Neste final de ano, avaliam especialistas, as compras típicas de Natal e Ano Novo devem ser as últimas a sentir os efeitos da crise.
Como o financiamento ao consumidor é aprovado antes da venda, representa menor risco para quem o concede e, portanto, não encolherá de forma tão rápida e acentuada como ocorreu com as empresas. Outro aditivo que ajuda a manter alto o ponteiro do velocímetro da economia é a “massa salarial” – quantidade de dinheiro paga na forma de salários –, fermentada por aumentos reais do salário mínimo e programas sociais. Há uma diferença importante entre a situação do consumo no Brasil e nos EUA. Lá, quando a crise bateu forte, colheu as famílias muito endividadas, precisando da ajuda dos bancos para manter o padrão de vida. Aqui isso não ocorreu. Embora tenha crescido nos últimos anos, o endividamento não disparou. A expectativa de entidades é a de que as vendas encerrem o ano com crescimento acima de 9,5%. Em 2009, espera-se aumento na casa dos 5% a 6%. Ou seja: comprar é bom, desde que com critério e sem passar dos limites do bom senso.

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