Maria Isabel Hammes: dados sobre inadimplência mostram grau de consciência dos brasileiros

Proporção de consumidores que disseram não estar comprometidos com outras dívidas nos próximos meses subiu de 65% para 77%

Os números, às vezes, confundem um pouco. Mas, no fundo, todos trazem uma explicação, do ponto de vista que julgamos para entender o que tem ocorrido com a economia brasileira. Alguns sinais nos dão certo alento de que a situação vai melhorar, mas outros mostram que o caminho ainda exigirá um bom tempo. Muita gente fala, inclusive, para esperarmos só por 2016, até porque o próximo ano, independentemente de quem vença a corrida ao Planalto, será de ajustes.

Vamos, então, à análise do que tem ocorrido por aqui. Mais uma contração foi registrada em nossa economia, como mostrou nesta quinta-feira o Índice de Atividade Econômica do Banco Central: 0,18% em maio. Mau sinal para quem precisa entrar de vez nos trilhos. Mas, de outro ponto, sai uma informação que não deve ser considerada menos relevante. A inadimplência mostrou recuo entre consumidores mais jovens, de 22% para 19% na faixa de até 30 anos no segundo trimestre, e de 15% para 12% entre os que têm de 31 a 35 anos. Em compensação, entre os que têm 56 anos ou mais o percentual cresceu de 13% para 17%, mostra o estudo do Boa Vista SCPC.

A pesquisa vem recheada com outras informações relevantes que denotam o grau de consciência dos brasileiros. Uma das mais importantes é o fato de que houve alta de 65% para 77% da proporção de consumidores que disseram não estar comprometidos com outras dívidas nos próximos meses. Não se pode desprezar nesta análise a consideração de que estamos nos preparando para um futuro com mais pé no chão.

Com esta preocupação no ar, não chega a surpreender o resultado de que o percentual de consumidores que se consideram em situação financeira melhor do que no ano anterior teve brusca retração: de 52% para 40%, e que a fatia dos que têm a percepção de piora em sua situação financeira aumentou de 17% para 22%.

Prato cheio para os debates entre os candidatos, que começam a se acelerar no país. Neste caso, o brasileiro terá bons meses para julgar quem melhor poderá representá-lo, a partir de outubro, quando depositar o que de mais importante tem à sua disposição: seu voto na urna.

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