Meirelles só permanece se tiver autonomia

O principal suspense na montagem da equipe econômica de Dilma Rousseff é a permanência ou não do atual presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles.

Ele aceita permanecer no cargo no próximo governo, mas impõe a condição de ter autonomia total para agir, segundo o site Estadão.com.br. Meirelles também rejeita a possibilidade de servir de tampão no primeiro trimestre até que um novo nome seja escolhido.

Com essa condição, Meirelles poderá estar definindo sua saída, mesmo que sua atuação seja considerada muito importante pela presidente eleita, Dilma Rousseff, no combate à inflação assim como durante o auge da crise financeira, em 2008. Na realidade, Dilma já apontou que pretende centralizar as ações econômicas no início do governo. Também já defendeu a redução mais rápida da taxa básica de juro para chegar a 2% acima da inflação em 2014.

Essa pressão, que Lula evitou fazer de forma mais explícita em relação ao Banco Central, deixa Meirelles numa situação desconfortável. Há a avaliação de que Dilma deseje que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza os juros na sua primeira reunião no próximo ano, como sinal ao mercado financeiro da política do governo. Mas Meirelles considera que ceder na autonomia acabará comprometendo sua biografia e credibilidade conquistada ao longo dos oito anos no governo Lula.

Com isso, um nome com maior afinidade com Dilma e Mantega deverá ser procurado. Atualmente, Alexandre Tombini, diretor de Normas e Sistema Financeiro do BC, é o mais cotado para ocupar o lugar de Meirelles.