Mercado já espera inflação acima de 8% este ano

No Boletim Focus, previsão para o IPCA teve alta pela 12ª semana consecutiva

Com a alta de 1,24% do IPCA-15 de março, analistas do mercado financeiro mexeram novamente em suas projeções para a inflação…

No Boletim Focus, previsão para o IPCA teve alta pela 12ª semana consecutiva

Com a alta de 1,24% do IPCA-15 de março, analistas do mercado financeiro mexeram novamente em suas projeções para a inflação para cima. A mediana das previsões para o IPCA de 2015 passou de uma alta de 7,93% para 8,12%, segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (23/03) pelo Banco Central. Há um mês, a mediana das estimativas para o indicador estava em 7,33%. Esta é a décima-segunda semana consecutiva em que há alta das previsões para o IPCA deste ano.

A expectativa de que o BC não entregará, portanto, a inflação de 2015 sem estourar o teto de 6,50% da meta também pode ser vista no Top 5 de médio prazo, que é o grupo dos economistas que mais acertam as previsões. Para esses profissionais, a mediana para o IPCA deste ano segue acima da banda superior da meta e permaneceu em 8,33% de uma semana para outra. Quatro semanas atrás, estava em 7,12%.

Para o final de 2016, a mediana das projeções para o IPCA foi levemente ampliada de 5,60% para 5,61%.

No curto prazo, os preços mostram mais descontrole. Depois da alta de 1,24% de janeiro, revelada pelo IBGE, e de 1,22% em fevereiro, a projeção para a taxa em março, também segue acima de 1%. De acordo com o boletim Focus, a mediana das estimativas passou de 1,31% para 1,40% – um mês antes, estava em 0,79%. Algum refresco para a inflação mensal é aguardado apenas para abril, quando o índice deve ter alta de 0,62%.

O Banco Central trabalha com um cenário de alta para o IPCA nos primeiros meses deste ano. A expectativa é a de que a pressão dos preços administrados fique circunscrita ao primeiro trimestre deste ano. De qualquer forma, o foco do BC em relação à meta é apenas 2016, quando promete entregar uma inflação de 4,5%.

Dólar
Com a contínua elevação do dólar frente o real nos últimos dias, as previsões para o comportamento do câmbio neste e no próximo ano mostraram variações expressivas no Focus. A mediana das estimativas para o dólar no encerramento de 2015 passou de R$ 3,06 para R$ 3,15.

Já para 2016, a cotação final subiu de R$ 3,11 para R$ 3,20 de uma semana para outra – estava em R$ 3,00 quatro levantamentos antes. A taxa média para o ano que vem avançou de R$ 3,06 para R$ 3,11. Quatro semanas antes, a mediana estava em R$ 2,88.

Superávit comercial
As projeções do mercado financeiro para a balança comercial voltaram a apresentar melhora tanto para 2015 quanto para 2016. A mediana das estimativas para o saldo comercial em 2015 subiu de um saldo positivo de US$ 3 bilhões para US$ 3,50 bilhões – um mês antes essa previsão estava em US$ 4,40 bilhões. Para 2016, a mediana das projeções passou de um superávit de US$ 10 bilhões para US$ 11 bilhões, mesmo patamar apontado há um mês.

No caso das previsões para a conta corrente, o mercado financeiro elevou suas previsões de déficit e a mediana para 2015 passou de US$ 79,50 bilhões para US$ 79,80 bilhões de uma edição da Focus para a outra. Quatro semanas atrás estava em US$ 78,40 bilhões. Já para 2016, a perspectiva de saldo negativo ficou inalterada em US$ 70 bilhões pela terceira vez consecutiva. Um mês antes esse número estava em US$ 69,75 bilhões.

Para esses analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) será insuficiente para cobrir esse resultado deficitário em 2015 e também no ano que vem, já que a mediana das previsões para esse indicador recuou de US$ 57,50 bilhões para US$ 56,50 bilhões no caso de 2015 e mantida em US$ 58,00 bilhões no de 2016.

Selic
O mercado financeiro está dividido em relação à próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Em março, o colegiado elevou a taxa básica de juros de 12,25% ao ano para 12,75%, conforme o esperado. Agora, a pesquisa Focus mostra uma alta de 13,13% para o encontro do mês que vem, o que revela uma incerteza sobre uma nova alta de 0,50 ponto porcentual, para 13,25%, ou de redução do ritmo de elevação, para 0,25 ponto porcentual, o que levaria a taxa para 13,00% ao ano. Para o final deste ano, a mediana das previsões foi mantida em 13,00%.

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