Mercado reduz projeção para taxa Selic no fim do ano para 9,25%
Estimativa para inflação em 2017 é revista para baixo pela oitava semana seguida
Na semana passada, o Banco Central decidiu não acelerar o corte dos juros, mas os analistas do mercado financeiro apostam agora em uma taxa básica de juros menor no fim do ano e uma queda ainda maior da inflação. Após quatro semanas de estabilidade, a projeção é de que a taxa Selic fique em 9,25% ao ano no fim de 2017, segundo o Boletim Focus, que reúne as expectativas das principais instituições financeiras do mercado. Até a semana passada, a taxa esperada era de 9,50%. Atualmente, os juros básicos estão em 12,25%. O comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) sugeria espaço para cortes maiores no futuro, segundo economistas.
A projeção para a inflação — segundo a pesquisa semanal que o BC faz com as instituições financeiras — caiu de 4,43% para 4,36% neste ano. Está abaixo da meta de 4,5% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2017.
Isso será possível por causa do efeito da recessão econômica na alta de preços. Na crise, o empresariado não faz tanto reajuste como no passado. Por isso, as projeções para a inflação estão em queda há oito semanas seguidas.
Para o ano que vem, as expectativas estão completamente ancoradas no centro da meta. Estão em 4,5% há 31 semanas consecutivas.
Nesta quinta-feira, o BC publicará a ata da reunião do Copom na semana passada. Assim, a estratégia da diretoria da autarquia deve ficar mais clara. Há economistas que apostam no interesse do Banco Central em segurar a inflação abaixo da meta para endossar uma possível queda da meta para 2019. Essa decisão deve ser tomada em junho deste ano.
Quem mais acerta as projeções para a alta de preços já enxerga inflação na casa dos 4% neste ano. Segundo a pesquisa, o grupo conhecido como "Top 5" cortou sua projeção de 4,10% para 4,05%. Para 2018, as cinco instituições financeiras cortaram a estimativa de 4,30% para 4,24%.
MAIS CRESCIMENTO NO HORIZONTE
A previsão do mercado para o crescimento neste ano ficou estável para este ano em 0,48%. Já as perspectivas para 2018 melhoraram. As apostas para a retomada no ano que vem passaram de uma expansão da atividade de 2,30% para 2,37%.
Para esse ano, os analistas esperam um dólar mais baixo. A projeção para a cotação média da moeda americana passou de R$ 3,20 para R$ 3,18. Para o ano que vem, caiu de R$ 3,40 para R$ 3,37.
Fonte: Jornal O Globo