Mudanças no comportamento de consumidores e perspectivas para 2022 são destaque na 9ª FBV

Líderes da McKinsey encerraram o primeiro dia de palestras da 9ª Feira Brasileira do Varejo com apresentação de dados e análise de tendências de consumo

Foto: J.A. Produções

A palestra de encerramento do primeiro dia do Congresso, durante a 9ª edição da Feira Brasileira do Varejo (FBV), ficou a cargo de Ricardo Doebeli, líder de Prática de Transformação da McKinsey na América Latina, de Sérgio Canova, sócio e líder da Região Sul da McKinsey, e Silvana Lee, especialista em varejo e bens de consumo. Os palestrantes falaram das “perspectivas do consumo Brasil 2022”, as quais revelam que os brasileiros, em comparação às populações de outros países emergentes, sentem-se menos otimistas em relação à recuperação econômica, devido ao cenário de tensão alavancado pela inflação. “A pesquisa aponta que 62% da população da América Latina e 52% dos mercados emergentes veem a inflação como o principal risco para o crescimento futuro”, destacou Ricardo. Contudo, os palestrantes apontaram que a crise oferece também oportunidades para quem souber avaliar os indicadores.

Segundo estudo da McKinsey referente ao ano de 2021, 70% dos consumidores estão dedicando mais tempo à pesquisa antes de fechar a compra e 61% reduziram os gastos no último ano. “Os dados revelam que essa redução não acontece somente entre as classes mais baixas”, observou Silvana. “Esse percentual relevante de mudança de comportamento entre todas as classes abre oportunidades quando nos posicionamos adequadamente frente a esse cenário”, complementou Ricardo. Entre as implicações desse novo panorama, os palestrantes ressaltaram a necessidade de comunicar claramente o custo-benefício de produtos e serviços, de explorar novos modelos de negócios e de oferecer novas propostas de valor com preços mais acessíveis.

Os indicadores expressam ainda que o consumidor brasileiro está migrando para itens mais baratos (40%), conforme destacou Silvana: “O preço é fator definidor de compra”. As principais razões para essa quebra de fidelidade a produtos são: 60% alegam encontrar a mesma qualidade por custo menor, 36% dão preferência a empresas que oferecem promoções com frequência e 27% encontraram produtos mais baratos que são bons o suficiente. Em comparação com a mesma pesquisa realizada em anos anteriores, Ricardo analisou: “Em três anos, o dobro de pessoas está disposto a experimentar produtos novos por preço, essa é uma grande oportunidade para marcas que ainda não estão consolidadas de se apresentarem como opção para o cliente, ao mesmo tempo que é um desafio para marcas consolidadas que precisam fidelizar mostrando que o seu preço compensa pela qualidade”.

O uso do online para consumo mostrou-se promissor no levantamento da McKinsey. “Essa experiência de compra, que foi acelerada pela pandemia, foi bem sucedida. Dos 87% dos consumidores que adotaram comportamento online, 85% pretendem continuar”, enfatizou Ricardo. Os palestrantes apontaram ainda que a jornada de compra do consumidor brasileiro é omnicanal: 7,3 é o número médio de canais diferentes usados para compras sejam offline, online ou de forma híbrida. “É preciso se manter relevante em diversos pontos de contato e investir no online sem deixar de lado a experiência no ponto de venda”, alertou Ricardo. Além disso, 41% dos brasileiros começaram a comprar online de pequenas e médias empresas durante a pandemia, o que, conforme apontou Ricardo, revela que a oportunidade do digital não está limitada às grandes empresas. “Há uma chance de reinventar a experiência de compra do consumidor e considerar opções diferentes de crescimento para o seu negócio”, conclui.

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