O desafio da mudança

Sempre tive uma inquietação com o status quo. Por que não fazer diferente? Por que não vamos por ali? Por que não mudar? É alterando as perguntas, as respostas e os caminhos que nos transformamos em…

Sempre tive uma inquietação com o status quo. Por que não fazer diferente? Por que não vamos por ali? Por que não mudar? É alterando as perguntas, as respostas e os caminhos que nos transformamos em pessoas, empresas, marcas, produtos e serviços melhores. Para mim, a mudança sempre foi presente e acabou se transformando em rotina. Mas o cenário mudou depois de 12 anos de carreira, em especial dos seis últimos à frente do Mundo do Marketing.

Mudar, agora, está mais difícil. Começo a entender um pouco as multinacionais e as empresas grandes e centenárias. Porém, não há uma regra. Há diversos casos que mostram que a consistência leva ao sucesso – acredito muito nesta filosofia de gestão. O que não significa abrir mão da mudança. Bem sucedida é a empresa que se reinventa a cada dia para continuar sendo a mesma. Coca-Cola e Louis Vuitton são exemplos.

Por outro lado, também existem casos de mudanças abruptas que levaram ao sucesso. São casos de reposicionamento, como Havaianas. A regra mais implacável, no entanto, é aquela em que a empresa parada no tempo, sem mudar, fica para contar história. Para elas, deixar de se mexer custou a vida. Algumas tiveram erros de gestão, fraude. Mas a imensa maioria, na verdade, carece de um ambiente propício à mudança.

Mudar requer persistência
É um grande desafio criar esta atmosfera, que também está suscetível ao erro. Ninguém quer colocar a sua cabeça na guilhotina. Poucos têm a astúcia de um jovem e a coragem de um empreendedor. Convencer líderes calejados, e muitas vezes refratários, à mudança é difícil. “Para que mudar se sempre foi assim e deu certo?”. Alterar um processo requer paciência e, sobretudo, persistência.

Quanto maior ou mais tempo a empresa e seus profissionais têm, maior é a dificuldade de pensar no novo e agir para uma nova rota. Estamos muitos assoberbados com a rotina do dia a dia. Apagamos incêndios diariamente. O planejamento de médio e longo prazo foi atropelado pelas metas trimestrais. Construir o novo está se restringindo apenas às empresas mais inovadoras, como a Apple ou mesmo à brasileira Tecnisa.

Entre as pioneiras, tem crescido o volume de investimento destinado à inovação. Seja em produto, serviço ou em comunicação, como faz a filial nacional da Fiat. Parte de sua verba de Marketing é destinada a projetos inovadores. É assim também, já há algum tempo, na Coca-Cola. Para mudar, no entanto, não existe receita.

Eu mesmo, acostumado a mudanças, tenho confessado a amigos mais próximos (e escancarado agora para o Mundo do Marketing) que estou um pouco cansado de tanta mudança. Há de se notar que todas foram fundamentais em minha jornada, algumas planejadas, outras desejadas, umas necessárias, mas todas bem sucedidas, seja porque deu certo, seja porque deu errado e aprendi. Ao mesmo tempo, tenho a consciência e busco diariamente seguir a célebre frase de Albert Einstein. “Não há maior sinal de loucura do que fazer uma coisa repetidamente e esperar a cada vez um resultado diferente”.

Por Bruno Mello – Formado em jornalismo pela FACHA e com MBA em Gestão de Marketing pela UFRJ. Trabalhou no Jornal de Turismo, na Rádio Carioca cobrindo economia, em sites e revista sobre automobilismo e no site da TVE Brasil, hoje TV Brasil. Fez Planejamento de Comunicação e Assessoria de Imprensa para ONG, piloto de Stock Car e para a Organização Hálio Alonso de Educação e Cultura.

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