O peso do bairrismo no consumo

Levantamentos indicam relação entre a identidade gaúcha e o comportamento na hora de comprar

Autodeclarados bairristas, os gaúchos não se acanham na primeira oportunidade de demonstrar orgulho pelas tradições do Rio Grande do Sul. Quando o assunto é preferência de consumo, no entanto, o ser daqui está longe de ser o suficiente.

Embora pareçam prevalecer nas escolhas dos rio-grandenses, produtos e serviços precisam ir além da credencial de ter nascido no pampa: qualidade e atendimento são condições cruciais para conquistar consumidores tidos como exigentes e conservadores.

O comportamento e o bairrismo como argumento de venda são constatados em levantamentos (veja gráficos com resultados nestas páginas) concluídos neste mês pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Um deles, realizado por alunos do sétimo semestre do curso de Publicidade e Propaganda da PUCRS, confirma a premissa de que o consumidor gaúcho gosta de campanhas publicitárias que utilizam elementos da cultura regional.

– O uso de símbolos típicos é bem visto, os gaúchos se identificam e se sentem importantes – destaca o professor Ilton Teitelbaum, orientador do projeto na PUCRS, ao lado da professora Denise Avancini.

Porém, quando o bairrismo gaúcho é utilizado por empresas de fora do Estado, é preciso demonstrar cuidado e respeito antes de explorar características locais. Agora, se qualidade e atendimento não tiverem prioridade, só o teor da campanha não vai dar conta de estabelecer a relação de confiança.

– Experiências frustradas no Estado, como a da Casas Bahia, não ocorreram pelo simples fato de ser uma empresa de fora. O problema se caracteriza quando as empresas não falam a língua dos gaúchos, não oferecem o que os consumidores estão acostumados a receber – complementa Teitelbaum.

A constatação de que o bairrismo não está presente em todo comportamento de consumo aparece em pesquisa realizada por alunos do oitavo semestre da Faculdade de Administração da UFRGS.

– O bairrismo é mais uma questão de estado de espírito – aponta o professor Walter Nique, coordenador da pesquisa da UFRGS.

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