O poeta do comércio

Admirador da boa poesia, o contabilista e advogado encontrou no varejo sua inspiração. À frente de várias entidades, passou a defender o comércio de rua, atividade que considera nobre.

Alécio Lângaro Ughini
diretor – presidente da Ughini S/A Indústria e Comércio

Onde o senhor nasceu e qual a sua melhor lembrança da infância e juventude?

Nasci em Tapejara – RS, município distante 54 Km de Passo Fundo, onde cursei o ensino médio. As lembranças mais marcantes foram aquelas relacionadas com as atividades do meu pai, o qual sempre nos incutia a ideia de ajudar os funcionários da empresa nos períodos de grande movimento.
Lembro que seu escritório era uma sala grande, lotado de cadeiras para os clientes, os quais entravam e sentavam lado a lado aguardando o atendimento e, muitas vezes, pedindo conselhos sobre compra de terras, de equipamentos, tudo sem sigilo ou constrangimento.

Como começou a sua trajetória no comércio? Por que o varejo lhe atraiu?

A verdadeira iniciação no comércio foi quando, em 1950, trabalhava na Rua Voluntários da Pátria, nº 89, enquanto cursava Contabilidade e posteriormente a faculdade de Direito. Na verdade, em Porto Alegre, desenvolvi meu trabalho no setor de atacado de tecidos para, depois, expandir a empresa no varejo de tecidos, calçados e confecções.

A Ughini chegou a Porto Alegre em 1950. Durante todos esses anos o senhor acompanhou a história do comércio na Capital. O que mais mudou no comércio da cidade?

Além das mudanças e da evolução natural dos métodos de trabalho, bem como de tendência dos lojistas em proporcionar maior conforto aos clientes, o que mais marcou foi a retirada e a relocalização das bancas de ambulantes que praticamente tomavam conta das calçadas da Rua Voluntários da Pátria e imediações. A partir de então, cada vez mais o atual Centro Histórico se desenvolveu significativamente, assim como a qualidade das lojas e dos produtos ofertados.

O senhor participa ativamente em várias entidades voltadas ao comércio e é conhecido por defender a classe. Como foi para o Sr. receber o Trófeu Mercúrio na categoria “Personalidade do Varejo”?

Receber o Troféu Mercúrio como Personalidade do Varejo, por sinal imerecido, foi uma homenagem do Sindilojas que me gratificou sobremaneira. Recebi com humildade e com a certeza de que, junto às várias entidades que participei, sempre procurei destacar o comércio como uma atividade nobre, cujos serviços prestados são de vital importância para a geração de empregos e fortalecimento da economia.

Que valores e ensinamentos o senhor gostaria de repassar aos comerciantes de hoje?

Que tenham muita persistência, pois os tropeços, muitas vezes ocasionados por governos perdulários e incompetentes nos transtornam, a ponto de se pensar em desistir e fechar as portas das nossas empresas. Não podemos esquecer que, para cada empresa que fecha, mais encargos serão exigidos das demais, pois o custo da máquina pública nunca irá diminuir, mas, sim, pelo contrário, deverá atingir níveis insuportáveis, num futuro que, Deus queira, não seja tão próximo.

Dê uma dica aos futuros comerciantes.

Aos futuros comerciantes dedico um verso de Gonçalves Dias:

Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:

Viver é Lutar.

A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.

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