OIT teme nova onda de demissões no País

Para a entidade, o fim prematuro dos incentivos fiscais no Brasil pode gerar desemprego
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta para o risco de que uma retirada prematura dos incentivos fiscais -…

Para a entidade, o fim prematuro dos incentivos fiscais no Brasil pode gerar desemprego
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta para o risco de que uma retirada prematura dos incentivos fiscais – como a isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – no Brasil acabe gerando uma nova onda de demissões no setor industrial, como ocorreu no início de 2009. Outro sério problema para a recuperação é a persistência da falta de qualificação dos trabalhadores brasileiros diante da baixa escolaridade média.
Até junho, a entidade estima que a crise econômica mundial já tenha feito com que 20 milhões de pessoas fossem demitidas de seus trabalhos no mundo. Nos países emergentes, a volta aos níveis de emprego anteriores ao da crise ocorreria em 2011. Os países ricos teriam de esperar até 2013 ou 2014.
A OIT, diante de uma recuperação que ainda considera como frágil, apelou ontem para que os pacotes de estímulo em todo o mundo não sejam retirados. Se isso ocorrer, outras 43 milhões de pessoas serão expulsas do mercado de trabalho; cinco milhões de trabalhadores perderão seus empregos quase que imediatamente, aponta a organização.
Por enquanto, a retomada no Brasil está sendo alimentada pelos incentivos ao consumo no mercado doméstico e um pacote de estímulo equivalente a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB). O aumento de 6% no salário-mínimo também beneficiou 40% dos trabalhadores. Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil está demonstrando que a elevação do salário não está gerando uma maior informalidade, já que essa taxa também vem caindo. Mas os desafios no País são importantes.
O primeiro deles está relacionado à manutenção de incentivos, como a isenção de IPI na compra de carros e eletrodomésticos. A medida garantiu vendas e, portanto, preservou postos de trabalho. Para a OIT, o principal desafio do governo a partir de agora será de como irá retirar o incentivo sem gerar uma queda brusca no mercado de trabalho novamente. “O desafio continua sendo o de retirar o estímulo sem reduzir o crescimento e a geração de empregos”, afirmou a OIT.
Outro desafio que o Brasil enfrenta é a falta de trabalhadores qualificados. A OIT estima que a baixa escolaridade é um obstáculo para maior produtividade do empregado brasileiro. Em média, uma pessoa no Brasil frequenta por 7,3 anos a escola. Nos países ricos, a taxa chega a 12 anos.
O resultado é a persistência da falta de mão de obra qualificada no País, ainda que o desemprego caia. Outro alerta da OIT está relacionado com o número de pessoas recebendo seguro-desemprego. No Brasil, 93% dos desempregados não conta com qualquer tipo de ajuda. Nos países ricos, a taxa é de 55%. No Chile, Uruguai e Costa Rica, a taxa é de 80%.

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