País ganhará 39 shoppings

A nova classe média brasileira, que hoje já inclui mais da metade da população, está impulsionando a construção de shopping centers por todo o país. Somente para este ano, a Associação Brasileira de…

A nova classe média brasileira, que hoje já inclui mais da metade da população, está impulsionando a construção de shopping centers por todo o país. Somente para este ano, a Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop) estima um crescimento de 77% no número de estabelecimentos abertos, chegando a 39. O avanço no faturamento deve ser de até 12%. A perspectiva de expansão confirma os dados divulgados anteontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontam aumento do consumo das famílias por 26 trimestres consecutivos. Segundo o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, o incremento do salário mínimo e os programas de distribuição de renda do governo, como o Bolsa Família, ampliaram o mercado potencial para o segmento. “Do dinheiro injetado na economia, 80% vão direto para o consumo. Para os próximos 10 anos, certamente teremos mais demanda do que oferta”, avaliou. No primeiro semestre, foram abertos 14 centros comerciais no país — foram 22 em todo o ano passado. Em 2010, cinco passaram a funcionar no Nordeste, onde o impacto de programas sociais é mais expressivo. Dois estão no Centro-Oeste, três no Sudeste e quatro no Sul. O investimento total nesses empreendimentos chegou a R$ 1,75 bilhão. Atualmente, o Brasil tem 725 shoppings em funcionamento. A expectativa para os próximos seis meses, baseada nos planos de construtoras e administradoras do setor, é de abertura de outros 25 centros comerciais — 20 serão construídos no Sudeste, 11 deles em São Paulo. De acordo com Sahyoun, há ainda outros 100 projetos já em fase de construção. Para o economista Fábio Gallo Garcia, professor de Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), o otimismo é justificado. “O aumento do poder aquisitivo das classe C e D é evidente. Além disso, essas faixas se ampliaram nos últimos anos”, avaliou. Garcia destacou que, durante muitos anos, a população de menor renda teve seu consumo reprimido e agora não pensa em poupar.

Limite
“As pessoas querem ter seu carro, celular, televisão de plasma”, disse. O professor lembrou que há um limite para esse aumento do consumo, que deve ter um impacto direto na inflação. “Os gargalos produtivos que temos por todo o país, como falta de estradas, restrição na oferta de equipamentos, entre outros, podem acabar segurando esse consumo, por falta de produtos no mercado.” A maior facilidade de obter crédito para o desenvolvimento dos centros comerciais contribui para dar fôlego ao setor. “Antes, só o BNDES concedia empréstimos para esse tipo de projeto. Hoje, várias empresas abriram canais de crédito pelo mercado de capitais”, destacou Sahyoun. Segundo ele, até mesmo bancos de investimento estão apostando na área.

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