País viveu um boom de lançamentos no varejo
Brasil agora ocupa a segunda posição entre os países que apresentam mais novidades nas gôndolas no mundo
O volume de lançamentos de produtos de consumo no Brasil bateu recorde em 2009 e colocou o país…
Brasil agora ocupa a segunda posição entre os países que apresentam mais novidades nas gôndolas no mundo
O volume de lançamentos de produtos de consumo no Brasil bateu recorde em 2009 e colocou o país na segunda posição entre os que apresentam mais novidades nas gôndolas no mundo. Apenas os Estados Unidos, onde há um mercado consumidor maduro e extremamente ativo, registraram um número maior de lançamentos.
Foram tantas mercadorias apresentadas pelos fabricantes no mercado brasileiro, em sua maioria voltadas para as classes C e D, que, de cada cem itens novos criados pela indústria no mundo, cinco foram lançados no Brasil por fabricantes instalados no país, segundo dados do Laboratório de Monitoramento Global de Embalagem da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
É a maior taxa de participação do país na cesta de novidades que invade o varejo, se forem considerados os últimos cinco anos. Nessa conta entram bens não duráveis como alimentos, bebidas e cosméticos.
No ano passado, 14.114 novos itens chegaram às prateleiras, uma alta de 30% em relação ao ano anterior. No mundo, a expansão foi menor, de 18%. No setor de alimentos, por exemplo, foram cerca de 7 mil itens no ano (quase 20 por dia) e no segmento de cosméticos, pouco mais de 3,5 mil produtos (10 por dia). “O Brasil tornou-se a maior praça de consumo democrática do mundo”, diz Fabio Silveira, economista e sócio-diretor da RC Consultores.
A crise financeira global tem peso forte nessa disparada do Brasil no ranking global de lançamentos em 2009. Com a expansão econômica dos países emergentes no ano passado e a manutenção e até o aumento nos gastos dos consumidores nesses mercados, foi preciso redirecionar investimentos em marcas e produtos para essas praças.
Neste ano, pelo que foi observado no primeiro semestre, esse cenário começou a sofrer algumas mudanças. Levantamento realizado pela ESPM, a pedido do Valor, revelou queda no número de lançamentos. A pesquisa considera os registros feitos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A retração interna foi de 10% – movimento oposto ao apresentado no mundo, com alta de 25% no volume de lançamentos.
“Passado o pior da crise, as multinacionais tiraram da gaveta os projetos de expansão de novas linhas e marcas destinadas para mercados maduros. O Brasil é afetado por isso”, diz Fábio Mestriner, coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM.