Pesquisa sinaliza qual a percepção dos empresários gaúchos sobre a atuação das entidades no combate à crise

Em um período de queda nas vendas, baixo estímulo ao consumo e crédito restrito, os empresários precisam buscar formas de manter o seu negócio em dia. A crise internacional atinge todos os segmentos, e…

Em um período de queda nas vendas, baixo estímulo ao consumo e crédito restrito, os empresários precisam buscar formas de manter o seu negócio em dia. A crise internacional atinge todos os segmentos, e justamente nesses momentos se espera uma atuação político-institucional dos entes que comandam a sociedade, como forma de minimizar os impactos de uma retração econômica. Para descobrir o que pensam os empreendedores do comércio de bens, serviços e turismo do Rio Grande do Sul em relação à atuação desses entes, a Fecomércio-RS, por meio do Instituto Fecomércio de Pesquisa – Ifep, pesquisou 550 empresas de 11 regiões gaúchas para entender as expectativas de gerentes e donos de negócios em relação à avaliação das instituições brasileiras no combate à crise.

Os resultados indicam que, na maioria das situações, a nota estimada foi baixa. Quando os empresários foram questionados sobre o desempenho geral das instituições, o melhor conceito apareceu na avaliação sobre as entidades empresariais (6,4%), seguida por Governo Federal (5,8%), Governo Estadual (4,8%), Assembleia Legislativa (4,5%) e Congresso Nacional (4,4%).

Para o cientista político da Fecomércio-RS, Rodrigo Giacomet, há nos resultados apontados a sensação de que a crise foi deflagrada, mas é perceptível aos empresários que a solução não é imediata ou simples. “As notas mostram que não existe uma grande expectativa sobre a atuação desses entes no combate à crise, quase um entendimento de que a resolução do problema está além de uma atitude política, por exemplo.”

Segundo Giacomet, o bom desempenho das entidades empresariais se deve à atuação já reconhecida destas na defesa de interesses empresariais. “Foram mais bem avaliadas em razão de os empresários reconhecerem-nas como interlocutoras diretas com o Estado”, explica. No caso do Governo Federal, o cientista político lembra que é este que detém mais recursos e possibilidades de investimentos e ações para o estímulo da economia. “Em sentido contrário, o escopo de ação dos governos estaduais e assembleias legislativas para combater a crise é pequeno. Os empresários estão conscientes sobre as possibilidades efetivas desses entes em um momento de retração econômica”, considera Giacomet.

Sobre os resultados apresentados de acordo com a região do Estado, a menores notas aparecem nas maiores cidades ou naquelas mais próximas da capital. Giacomet lembra que, para esses empresários, o fluxo de informações a respeito da crise é maior, e talvez por isso a maior proximidade com as entidades políticas gere também um maior descrédito.

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