Poupança não é inimiga do consumo, mas sim aliada, diz diretor da Febraban

SÃO PAULO – A falta de poupança ainda é um dos maiores problemas financeiros dos brasileiros, principalmente entre os consumidores da chamada nova classe C. “É claro que uma pessoa que nunca teve condições de comprar bens duráveis, quando ganha um pouco mais de dinheiro quer consumir, quer ter o que nunca pode. Mas isso não significa que ela não possa poupar. Ao contrário, a poupança não é inimiga do consumo, mas sim uma aliada”. A afirmação é do diretor de educação financeira da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Fábio Morais. Para ele, as pessoas precisam entender que, ao poupar, elas ganham segurança e poder para consumir. “Claro que para algumas coisas não é possível a compra à vista, mas, mesmo nesses casos, se o consumidor tem um pouco de dinheiro para dar de entrada, ele consegue barganhar o preço. E pagar menos é sempre bom”.

Falta conhecimento

O executivo diz acreditar que muitas pessoas têm uma visão de que a poupança é restritiva por total falta de conhecimento. “Com planejamento, a pessoa pode gastar um pouquinho e guardar outro pouquinho, não precisa ser ou um ou outro. O problema é que no Brasil ainda há pouca educação financeira. E percebemos que quando as pessoas têm a oportunidade de conversar com alguém sobre dinheiro, as dúvidas estão mais relacionadas ao crédito do que à poupança, ou seja, a preocupação maior é em gastar e não em guardar”. Morais ressalta também que a poupança é benéfica em qualquer situação da vida. “Quem tem reserva financeira, vive melhor, mais tranquilo, mais seguro. Sem poupança a pessoa fica meio à deriva, ela não é dona da situação”. Ainda segundo o diretor, apenas quando as pessoas tiverem consciência de que poupança e consumo precisam viver em parceria é que o Brasil terá consumidores conscientes.