Projeto para a Nilo é controverso
Especialistas veem a implantação de sinaleiras no lugar de rótula como uma medida limitada para acabar com engarrafamentoPrevisto para fevereiro de 2011, o retorno dos semáforos em um dos maiores gargalos da…
Especialistas veem a implantação de sinaleiras no lugar de rótula como uma medida limitada para acabar com engarrafamentoPrevisto para fevereiro de 2011, o retorno dos semáforos em um dos maiores gargalos da Capital está no centro de um debate sobre alternativas viárias. Três especialistas avaliam que a instalação dos equipamentos em troca do fim da rótula entre as avenidas Nilo Peçanha, Nilópolis, Carazinho e Rua Carlos Trein Filho será insuficiente para desafogar o trânsito. A rotatória havia sido criada em 1995 justamente para aliviar o fluxo.
Desde a sua construção, a rótula da Nilo coleciona polêmicas. No começo, os acidentes e a falta de prática ao novo sistema motivavam as reclamações. Agora, os congestionamentos até mesmo nos horários fora dos picos parecem sepultar a rotatória. Naquela região, circulam mais de 60 mil veículos das 7h às 20h.
Para o engenheiro de trânsito Mauri Panitz, a mudança é um retrocesso. Ele propõe um viaduto no trecho:
– Parece um passo para trás. A rotatória não funcionou porque deve ter sido mal projetada. Antes de acabar com ela, seria preciso verificar a capacidade de intersecção, que apontaria a necessidade de aumentar os raios, a largura de faixas, melhorar acessos.
A reforma da rótula é apontada como a melhor alternativa para o professor do Laboratório de Sistemas de Transportes da UFRGS João Fortini Albano. Segundo ele, uma estrutura com maior diâmetro possibilitaria desafogar o trânsito, criando mais faixas de circulação, semelhante à rótula entre as Avenidas Edvaldo Pereira Paiva e Augusto de Carvalho.
– O local tem uma série de dificuldades técnicas. Teria de reduzir o tamanho da praça (Carlos Simão Arnt). Na situação atual, o semáforo é a solução mais prática – pondera.
O engenheiro especialista em tráfego Fernando Lindner, que mora a três quadras do local, sustenta que a sinaleira é uma medida limitada.
– É preciso um equipamento com alta capacidade de programação para que os semáforos funcionem bem. O ideal é projetar alternativas para diminuir o gargalo naquele trecho. Fazer desvios e melhorar as ruas no entorno, redirecionando as rotas – acrescenta.
A EPTC já avisou que as sinaleiras não devem ser as únicas medidas e que futuramente serão executadas outras alternativas, como a proibição das conversões à esquerda e a construção de uma passagem de nível.