Renda alavanca o desenvolvimento gaúcho

O aumento da renda assegurou um passo à frente no indicador de qualidade de vida das famílias gaúchas, mas o avanço poderia ser maior. A baixa cobertura de saneamento básico expõe uma situação crítica…

O aumento da renda assegurou um passo à frente no indicador de qualidade de vida das famílias gaúchas, mas o avanço poderia ser maior. A baixa cobertura de saneamento básico expõe uma situação crítica para boa parte das cidades do Estado. Dos 496 municípios, 386 ostentaram Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese) no setor inferior a 0,5. Do grupo lanterna, que aponta baixo desenvolvimento, 144 localidades estão abaixo de 0,25. O Idese geral, divulgado nesta quinta-feira em Porto Alegre pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), ficou em 0,770 em 2007, 0,7% acima do dado do ano anterior, de 0,764. Já o índice para renda saiu de 0,786 para 0,807 no mesmo período, alta de 2,8%. No acesso à rede de esgoto, o indicador ficou em 0,569, pior do grupo, que tem ainda educação (0,855 – mais alto) e saúde (0,848), os dois superiores a 2006.

“Com o desempenho, a renda das famílias gaúchas passou do patamar de médio para alto desenvolvimento”, esclareceu o coordenador do Núcleo de Dados da FFE, o estatístico Rafael Bernardini Santos. O efeito renda também contribui para que o Idese de três anos atrás fosse o maior desde 2007, quando a atual série começou a ser montada. O retrato da área de saneamento não surpreende. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2009 revelou que apenas 18,1% dos domicílios gaúchos têm rede coletora de esgoto, enquanto a média brasileira é de 52,5%.

O Idese alertou o coordenador, reforçou a necessidade de maiores investimentos em saneamento e também serviu para mostrar onde as condições de vida estão melhores porque há ações públicas. Santos observa que a existência de muitas moradias rurais pode dificultar o acesso e ajudar a agravar o Idese neste quesito. O indicador da FEE analisa quatro setores – renda, educação, saneamento e saúde – com peso igual (25% do dado) e que totalizam 12 variáveis diferentes. O estatístico excluiu o indicador de acesso à rede de esgoto do Idese geral e constatou: “Sem este setor, o indicador de desenvolvimento socioeconômico geral iria para 0,837, o que elevaria o Estado ao nível mais alto da condição de vida”, explicou o coordenador do Núcleo. São três faixas de índices – de 0 a 0,5 significa baixo desenvolvimento, de 0,5 a 0,79, médio desenvolvimento, e de 0,8 a 1, alto desenvolvimento.

Caxias do Sul é o campeão do índice pelo oitavo ano consecutivo. A terceira economia do Estado e segundo polo industrial ostentou Idese geral de 0,848. No grupo de elite, foram destaque ainda Cerro Largo, com Idese geral de 0,816, e Cruz Alta, com 0,814. Os dois protagonizaram as maiores altas no indicador no confronto dos dois anos. O primeiro com 2,2% e o segundo com 2,4%, e respectivamente ocupam agora 7ª e 8ª posições entre os maiores. No grupo com menores índices, estão Caraá, com 0,546, e Benjamin Constant do Sul, com 495. Segundo a FEE, entre 2000 e 2007, apenas 43 municípios caíram no indicador, os demais subiram.

Os ganhos das famílias foram insuflados pelo crescimento de 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2007, passando de 0,764 de 2006 para 0,770. Segundo o coordenador do Núcleo, 391 dos 453 municípios com alta no indicador geral devem o desempenho ao fator renda. Agropecuária, com alta de 12,7%, puxou muitas localidades que dependem da atividade. Na educação, que lidera o desenvolvimento, a FEE interpreta que o Estado melhora a cada ano taxas de Ensino Fundamental e Médio. Vista Alegre do Prata lidera nesta área, com 0,986, bem próximo do teto máximo. Charrua está no limite inferior, com menor Idese, de 0,736, mesmo assim de médio desenvolvimento.
No saneamento, o índice mais alto é o de Caxias do Sul, com, 0,817, enquanto o município mais carente em infraestrutura na área é Arroio do Padre, com 2.734 habitantes e com economia entre setor primário e serviços. O Idese de Saúde, que avalia principalmente dados de peso ao nascer e mortalidade, teve leve recuo ante 2006. Arroio do Meio apresentou melhor situação, com 0,933, e Pinheiro Machado, 0,767.

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