Ricardo Cappra destaca que tomada de decisão nas organizações devem ser baseadas em análise de dados

“Estamos vivendo um tipo de democracia analítica. Todos têm a mesma bagagem de dados”, explicou, durante palestra na 9ª FBV.

Na tarde desta quinta-feira (26) palestrou na 9ª FBV o cientista-chefe do Cappra Institute For Data Science, Ricardo Cappra, sobre Indicadores 3.0: novas métricas para o varejo na economia digital. Ele destacou a importância da implementação de análise de dados dentro das organizações e que as tomadas de decisões devem ser baseadas nas informações coletadas a partir de dados e não mais pelo que os gestores consideram certo ou não.

“Todos os dias as pessoas precisam tomar uma decisão nos seus negócios. A questão é quanto a resposta: ela vem de um feeling ou é baseada em dados? É preciso sincronizar a tomada de decisão com fluxos de informações”, afirmou.

A implementação de uma análise de dados não é de exclusividade de grandes corporações e tampouco precisa ser feita por especialistas da área, de acordo com Cappra. “Estamos vivendo um momento particular, um tipo de democracia analítica. Hoje um profissional com e-commerce, que opera individualmente, compete com qualquer companhia num ambiente digital. Todos têm a mesma bagagem de dados”, explicou.

Segundo o palestrante, todos, mesmo leigos, têm potencial para analisar dados. Por exemplo, nos smartphones é possível verificar os passos dados durante um dia, o tempo gasto com exercícios físicos, com aplicativos no dispositivo etc. e chegar a conclusões e  decisões a partir destas métricas. Essa transformação impactará também as empresas.

“Está ocorrendo um movimento na área de tecnologia da informação: ela está sendo diluída nas áreas de negócio. Não teremos mais os intermediários de entrega de informação e análise de dados, ela está saindo de uma área específica e se espalhando em todos os negócios”, constatou. Mas, para isso, é necessário que exista uma cultura analítica, que as pessoas tenham a capacidade de analisar os dados disponíveis e as informações adquiridas com estas métricas devem estar no centro do negócio.

“Por muito tempo o objetivo e a estratégia estiveram no centro do negócio e as informações ficavam limitadas aos donos das empresas. Hoje, as informações pertencem a todos e é preciso colocá-las no centro”, apontou. Para ele, são quatro os pilares para as organizações lidarem com uma cultura mais analítica: pessoas, processos, políticas para promover os processos e tecnologia. “A próxima fase dos negócios será completa com análise de dados. A eficiência deixou de ser operacional e passou a ser uma decisão algoritma”, ressaltou Capra.

Ainda de acordo com Cappra, o futuro será de inteligência artificial, mas o consumo de informação e indicadores 3.0 é agora. O objetivo destes indicadores é cruzar o foco das empresas com as métricas analisadas, e tudo isto deve ser compartilhado em informações visuais, que todos tenham acesso. “Temos muita informação à disposição e a mentalidade analítica otimiza os processos. Cada vez teremos mais dados, indicadores e métricas sobre tudo, mais tecnologia e seremos consumidores mais críticos. Os dados nos ajudam a buscar evidências para provar as coisas”, concluiu.