Senado confirma piso de R$ 545

Repetindo a vitória da Câmara, o Planalto conquistou o apoio dos senadores e derrotou propostas da oposição e das centrais

A vitória no plenário da Câmara serviu de modelo. Ontem, no Senado, o Palácio do Planalto voltou a usar a estratégia de pressão como forma de obter a aprovação do salário mínimo de R$ 545. A maioria dos senadores aceitou o valor estipulado pelo Planalto ao rejeitar outras duas propostas, que previam cifras de R$ 600 e R$ 560. O novo piso será sancionado pela presidente Dilma Rousseff ainda neste mês para que entre em vigor em março. Só no Rio Grande do Sul, o reajuste de R$ 35 no salário terá impacto anual de R$ 1,1 bilhão na economia. Dois senadores gaúchos ajudaram na vitória do Planalto, Paulo Paim (PT) e Pedro Simon (PMDB). Ana Amélia Lemos (PP) preferiu se aliar ao PSDB, que brigava pelos R$ 600. Já o DEM e as centrais sindicais defendiam R$ 560. O governo também garantiu o dispositivo que permite reajustar o mínimo por decreto presidencial até 2015.

Ainda que tenha derrotado os adversários, o Planalto teve de enfrentar o desgaste. Das galerias lotadas, sindicalistas vaiavam os senadores petistas. – Querem acabar com o debate político sobre o salário mínimo – dizia Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

Após o PDT anunciar que seus quatros senadores apoiariam a proposta do governo, Pedro Taques (PDT-MT) foi à tribuna para anunciar seu voto contrário. Taques relatou que vem sofrendo ameaças desde que manifestou sua intenção de não apoiar os R$ 545: – Me disseram que o PDT poderia me retirar da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que eu poderia ter inviabilizadas minhas emendas individuais ou ter cargos retirados do segundo ou terceiro escalão. Não serão palavras desta ordem que me farão mudar minha convicção.

Por outro lado, Paim, que defendia o valor de R$ 560, cedeu à pressão após encontro com Dilma e anunciou que votaria com o governo. Segundo o petista, Dilma se dispôs a discutir uma fórmula para substituir o fator previdenciário e para reajustar os benefícios de aposentados: – A presidenta sabe da minha posição e garantiu abrir a discussão sobre uma política de valorização dos aposentados e uma alternativa ao fator previdenciário.

O líder do PT, Humberto Costa (PE), negou que tenha havido condicionamento para conquistar o voto de Paim. O colega acompanharia a bancada petista por ser “a melhor proposta”: – Essa proposta garante ganhos reais, garante uma previsibilidade e, sem dúvida, é um patamar novo para uma política que nunca teve critérios estabelecidos para a sua execução.

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