Servidores do Estado fazem nova paralisação

Policiamento e escolas serão afetados por greve a partir de hoje; Piratini vai oficializar o parcelamento dos salários

Com uma nova rodada de parcelamento dos salários dos servidores estaduais, as 43…

Policiamento e escolas serão afetados por greve a partir de hoje; Piratini vai oficializar o parcelamento dos salários

Com uma nova rodada de parcelamento dos salários dos servidores estaduais, as 43 entidades classistas dos funcionários públicos iniciam hoje uma nova paralisação unificada. Dessa vez, vai durar quatro dias.

A agenda de mobilização inclui uma entrevista coletiva às 10h, na qual porta-vozes do movimento unificado de servidores detalham, na sede da Federação Sindical dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (Fessergs), os próximos passos do grupo.

Embora a oficialização do atraso dos salários esteja marcada para a manhã de hoje, em pronunciamento do governador José Ivo Sartori (PMDB) às 9h no Palácio Piratini, já durante o fim de semana diversos servidores comunicaram a previsão antecipada de dois depósitos, de R$ 500,00 e R$ 100,00, presentes em seus extratos bancários. Ou seja, os funcionários do Estado receberão R$ 600,00 hoje.

O presidente da Fessergs, Sérgio Arnoud, acredita que a adesão dos trabalhadores, se não for maior, será pelo menos igual à da greve anterior, deflagrada entre 18 e 20 de agosto, que reuniu mais de 40 sindicatos e entidades. “A adesão foi quase integral por parte de servidores do magistério, penitenciárias, Polícia Civil e saúde.” Além do fracionamento de salários, os servidores reivindicam a retirada do Projeto de Lei Complementar nº 206/2015, que corta reajustes salariais das categorias.

Quanto ao corte do ponto, prometido por Sartori na primeira paralisação, Arnoud ainda não recebeu confirmação sobre a medida. “Deveremos ficar sabendo agora, nos primeiros dias de setembro”, ponderou. Arnoud também anunciou, para quinta-feira, um ato público convocado pelo Cpers Sindicato em frente à Assembleia Legislativa, às 14h.

Além da paralisação de servidores dos setores administrativos de secretarias e autarquias, outras categorias têm ações específicas. Leonel Lucas, presidente da Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar, informa que a categoria tem programada a divulgação de uma carta aberta à população após o pronunciamento de Sartori e que, a partir de amanhã, permanecerá aquartelada. “O atendimento será feito somente em casos de emergência e crimes contra a vida”, detalhou.

Os delegados da Polícia Civil, representados pela Associação dos Delegados de Polícia (Asdep), divulgaram nota em que informam que suspenderão o registro de ocorrências on-line, como perda de documentos e perturbação da ordem, até que ocorra o pagamento integral dos salários, assim como haverá a interrupção de ações e operações policiais. Os delegados também não participarão dos desfiles cívicos dos feriados de 7 e 20 de setembro.

“Serão registradas apenas as ocorrências policiais graves, a critério do delegado de polícia, como homicídios, roubos, estupros, crimes envolvendo crianças e adolescentes, violência doméstica e familiar; quanto aos autos de prisão em flagrante, deverão ser lavrados normalmente”, informou o texto, assinado pela presidente da entidade, Nadine Anflor.

A página do Cpers no Facebook informa que as escolas estaduais estarão em greve de hoje até 3 de setembro.

No caso do transporte coletivo, apesar de, na paralisação anterior ter havido retenção de ônibus na Carris por funcionários, o presidente da Empresa Municipal de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, informou que os ônibus da Capital funcionarão normalmente. “Em sua quase totalidade, o transporte em Porto Alegre é privado e, mesmo no caso da Carris, não tem nenhuma relação com o que o Estado vai fazer. Não há possibilidade de ter nenhum problema”, afirmou.

Fiscais agropecuários interrompem atividades na Expointer e em frigoríficos

O parcelamento de salários dos servidores estaduais afetará o setor produtivo primário e industrial. Os fiscais agropecuários, ligados à Secretaria Estadual da Agricultura e Pecuária, paralisam parcialmente as atividades na Expointer, em Esteio, nas inspetorias e serviços de fiscalização de abates. A medida valerá de hoje até quinta-feira e faz parte dos protestos do funcionalismo diante dos atrasos determinados pelo governo José Ivo Sartori (PMDB). Ao saber da suspensão das atividades, o secretário estadual da Agricultura, Ernani Polo (PP), apelou ao bom senso dos técnicos.

O governador José Ivo Sartori (PMDB) evitou comentar a paralisação ontem, quando estava no parque Assis Brasil, em agenda com o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB). Sartori prometeu que hoje, em entrevista no Palácio Piratini, “colocará verdadeiramente a situação de dificuldades do Estado”. Na ?feira, será paralisado um turno de trabalho, entre 12h e 18h, afetando a recepção de animais que ingressam para leilões de rústicos.

Nos frigoríficos, fiscais prometem parar completamente quarta e quinta-feira, o que impedirá os abates. O presidente do sindicato da categoria disse que produtores e empresas podem se preparar para a interrupção hoje e amanhã.

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