Sites de leilões de centavos ganham popularidade ao transformar compras em um tipo de jogo

Internet brasileira tem cerca de 30 páginas de leilões de centavos ativas

Nos últimos meses, Gilnei Basso, morador de Bento Gonçalves, arrematou um videogame PlayStation 3 por cerca R$ 270 e uma TV de 32 polegadas por R$ 260, entre vários outros produtos, a um preço muito inferior ao de mercado. Impossível? Não para o técnico de processos de usinagem de 34 anos, que usou uma fórmula composta por paciência, percepção de oportunidade e uma dose de sorte. Basso é um usuário frequente dos chamados sites de leilões de centavos, que vêm se tornando uma febre na internet brasileira.

Embora não sejam fiscalizados por nenhum órgão oficial, o blog Vigilante dos Leilões, dedicado a monitorar a atividade desse tipo de site, estima que existam cerca de 30 páginas do gênero ativas na internet brasileira.

Se forem considerados os sites inativos e os pouco confiáveis – que não apresentam CNPJ ou qualquer forma de contato -, o número ultrapassa 80. Inspiradas no site de leilões alemão swoopo.com, criado em 2006, essas páginas conquistam usuários mesclando a chance de adquirir produtos – na maioria eletroeletrônicos – por um preço muito baixo com diversão, já que os lances se assemelham a um jogo (veja quadro). Basso comprova o apelo: — É a adrenalina que me atraiu. Não tenho muito interesse em sites de comércio eletrônico, mas esse tipo é diferente — diz o técnico, com a experiência de quem arrematou em torno de 50 produtos, incluindo netbook, home theater e câmeras fotográficas, em pouco mais de um ano.

Apesar de gostar da emoção, Basso não se arrisca sem critério. Evita leilões muito concorridos, em que o produto possa ser arrematado por um valor superior ao de mercado. Isso porque, além do valor exibido no site, é preciso considerar o preço pago pelo pacote de lances e o frete.

Operação nem sempre é lucrativa para portal

Diretor comercial do Olho no Click, primeiro site do tipo a fazer sucesso no país, Guilherme Pizzini argumenta que não se trata de um jogo de azar porque o arremate não depende apenas da sorte do jogador. — O leilão requer a administração dos lances, o entendimento da dinâmica dos arremates. Além disso, realizamos uma consulta jurídica antes de montar o negócio para verificar se era legal. Não houve problemas — reforça.

Independentemente desse aspecto controverso, a aceitação do modelo é grande. O Olho no Click já soma mais de 600 mil cadastrados e seis mil leilões realizados desde dezembro de 2008. O mais famoso desses foi o de um apartamento avaliado em R$ 250 mil, no Rio de Janeiro, arrematado por R$ 931,61. Em situações como essa, a operação pode não ser lucrativa. Foi o caso também do leilão de um automóvel Clio realizado pelo site Martela. Avaliado em R$ 24 mil, o automóvel foi arrematado por R$ 13,51. Somando todos os lances efetuados, o valor arrecado chegou a R$ 1.351. — Valeu a pena pela exposição gerada. Mas não tem segredo: o site ganha dinheiro com os leilões mais concorridos que podem gerar duas ou três vazes o valor do produto — explica Sidney Pedrotti, sócio do Martela.

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