Sobe imposto sobre capital externo para frear o real

Embora o mercado esperasse uma decisão somente para depois de eleito o novo presidente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, ontem, uma medida que pretende conter a valorização do real. A partir de…

Embora o mercado esperasse uma decisão somente para depois de eleito o novo presidente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, ontem, uma medida que pretende conter a valorização do real. A partir de hoje, a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente em operações de estrangeiros no mercado de renda fixa aumentará de 2% para 4%. O dólar fraco beneficia turistas em viagem ao Exterior, mas prejudica exportadores brasileiros, que perdem a competitividade.

A medida não se aplica ao capital estrangeiro em bolsa de valores (que segue em 2%), aos investimentos de brasileiros em renda fixa (não tributados com IOF) e aos investimentos estrangeiros diretos. – É exclusivamente para aplicação fixa porque nós achamos que há interesse crescente do investidor estrangeiro nessa modalidade e se houver muita entrada de capital, nós acabamos valorizando o real – afirmou Mantega. Conforme o ministro, as aplicações em renda fixa são muito atrativas para os investidores externos porque o Brasil tem taxa de juro elevada em comparação a outros países. Ontem, o dólar comercial fechou em alta de 0,65%, cotado a R$ 1,692.

Com a constante queda do dólar ante o real, na semana passada começaram a circular informações sobre um eventual aumento na taxação do capital externo após as eleições. Isso gerou uma antecipação de ingressos de dólares no Brasil, agravando o problema que já preocupava a Fazenda. Ao atacar essas operações com o IOF mais alto, Mantega tenta estancar a trajetória de perda de competitividade das exportações em razão do câmbio valorizado. É que, com o real mais forte, os produtos brasileiros ficam mais caros no mercado internacional.

– É uma medida para evitar que o real se valorize de modo a prejudicar as exportações brasileiras – afirmou Mantega. Na última semana de setembro, a balança comercial registrou déficit, em decorrência da entrada forte de produtos importados. No mês passado, as importações atingiram US$ 17,74 bilhões e bateram recorde histórico. – Também vamos favorecer empresas que vendem para o mercado interno e sofrem a concorrência de produtos importados – acrescentou Mantega.

A desvalorização do dólar não é um problema brasileiro. No mundo, as economias estão promovendo a depreciação de suas moedas para incentivar suas exportações. Depois de apontar a existência de uma guerra cambial global há uma semana, Mantega, defendeu ontem medidas coordenadas entre os países para enfrentar o problema. O ministro cobrou dos EUA e da Europa a adoção de uma política fiscal mais agressiva para estimular o crescimento interno e reduzir a necessidade de aumento de suas exportações para sair da crise.

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