Taxa de juros ao consumidor ficou em 43%
As taxas de juros ao consumidor voltaram a cair nos últimos dois meses do ano, depois da alta em outubro, e atingiram o menor patamar em 15 anos. De acordo com a pesquisa mensal de crédito do Banco Central, os…
As taxas de juros ao consumidor voltaram a cair nos últimos dois meses do ano, depois da alta em outubro, e atingiram o menor patamar em 15 anos. De acordo com a pesquisa mensal de crédito do Banco Central, os juros para pessoa física recuaram para 43% ao ano, tanto em novembro quanto na primeira quinzena deste mês.
Para 2010, a expectativa oficial é que os juros bancários continuem em queda. Mas o aumento na taxa básica esperado para o próximo ano e a lentidão na queda da inadimplência podem frustrar a melhora no custo do crédito. A queda dos juros a partir do mês passado foi puxada pelos financiamentos mais baratos nas modalidades de crédito pessoal, consignado e veículos. A redução nos juros ao consumidor nessas linhas foi puxada pela queda no spread bancário, que é a parcela da taxa que embute os custos administrativos, impostos e o risco de inadimplência. De acordo com o BC, esse fator foi o responsável pelo aumento dos juros na virada do ano passado, quando a taxa ao consumidor chegou a 58% ao ano. Com a normalização do mercado de crédito e a queda dos calotes, o spread voltou a recuar.
Em novembro, houve redução na inadimplência dos consumidores, que alcançou o menor patamar do ano (8,1%), mas ainda está acima do verificado em 2008. Para as empresas, esse indicador caiu pela primeira vez em 14 meses, mas ainda está próximo do recorde alcançado neste ano. São considerados inadimplentes os empréstimos vencidos há mais de 90 dias.
Para Mariana Oliveira, da consultoria Tendências, o aumento na taxa básica de juros previsto para 2010 pode fazer com que os juros bancários terminem o próximo ano acima do verificado neste fim de 2009. “Essa queda na inadimplência vai ser lenta e não deve ser tão significativa”, projeta a analista. Independentemente dos juros, as previsões para 2010 são de continuidade na recuperação do crédito, que ainda se dará de forma mais lenta para as empresas. O estoque de empréstimos na economia deve crescer 20%, acima dos 16% esperados para 2009. Com esse crescimento, o endividamento dos brasileiros vai bater recorde. As dívidas de pessoas físicas e jurídicas somam hoje R$ 1,39 trilhão, ou 44,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Para o fim de 2010, a previsão oficial é que o crédito chegue ao patamar de 48%. Esse aumento deve continuar sendo puxado por modalidades como crédito consignado, habitacional e cartão de crédito, que registram alta neste fim de ano. No caso das empresas, a pesquisa mostra que o aumento nos empréstimos hoje está mais concentrado nos setores de serviços e comércio.