Tendências de consumo no Brasil e na América Latina
Sua marca está ligada nestas tendências de comportamento e necessidades?
Marcas ajudam a organizar o caos urbano, fragmentam as opções de consumo e engajam clientes em atividades comunitárias.
A dica do Sindilojas Porto Alegre é que o empresário observe estas tendências e procure adaptá-las para a sua realidade, tanto para grandes e pequenos negócios, como para seu segmento de atuação.
1. Newism
Trata-se de uma nova zona de experimentação, em que os consumidores, principalmente os residentes na América Latina, buscam cada vez mais o novo, o inédito e personalizado.
“”Newism está relacionado ao desejo por inovação em um estado e espírito de vida””, diz Luciana. “”Para isso, também precisamos falar de escolhas: mais dinheiro resulta em um maior número de escolhas, e isso é potencializado com a emergência da classe C””.
É dessa tendência, segundo a diretora da trendwatching.com, que surge também a segmentação do mercado em nichos cada vez mais especializados.
2. Flex Life
Com tantas opções, as pessoas precisarão de possibilidades de consumo cada vez mais curtas, rápidas e flexíveis para que seja possível aproveitar todas elas, ou pelo menos grande parte.
“”O que era fixo, agora está pronto para ser fracionado em pequenos momentos, menos duradouros e mais ágeis””, afirmou Luciana.
Exemplos:
Chasqui Bus (Peru): serviço que permite aos mochileiros obter informações, fazer reservas em hotéis e locações e comprar passagens de ônibus aos poucos, durante a viagem, sem a necessidade de reservar tudo antes de começar a “”aventura””. Com isso, o mochileiro não precisa se preocupar em seguir um roteiro restrito e pode mudar de ideia se desejar passar por lugares que não estavam no planejamento.
Gym Pass (São Paulo): diárias flexíveis para academias, sem que seja necessário contratar um plano semestral ou anual. Você escolhe a academia, compra um passe diário para a aula que desejar e participa da aula.
Web Salão (Curitiba): um salão onde é possível contratar serviços de beleza como corte de cabelos e manicure pela internet e recebê-los no local solicitado. O pagamento também é feito pela internet.
Cochilo (São Paulo): aberto há menos de um mês em plena rua Augusta, em São Paulo, esse serviço permite o aluguel de uma cama para um cochilo rápido.
3. Bright is beautiful
Essa tendência está relacionada à valorização do estudo em função do crescimento profissional e do aumento da renda. O aumento da renda, por sua vez, impulsiona o desejo da expansão das fronteiras pessoais.
“”Cada vez mais, as pessoas serão valorizadas pelo que sabem e empreendem”” explicou Luciana.
Exemplos
Vivo: a operadora criou o “”Vivo Português com Professor Pasquale””, uma aula de português acessada por SMS, portal de voz e site.
Geeknic: piquenique de geeks criado em Bogotá, na Colômbia.
4. Eco Status
A valorização do sustentável também como uma forma de status. Tanto para indivíduos quanto para marcas, a ideia do verde e do ecológico está cada vez mais presente em atitudes e campanhas.
Exemplo
VERDEate (Colômbia); plataforma online que faz associações com organizações e empresas para incentivar experiências mais sustentáveis, mesmo que seja durante algumas horas por semana.
5. Mi casa es su casa
Diz respeito à generosidade na América Latina e às diferentes formas encontradas pelas empresas para retribuir gestos altruístas de consumidores que ajudam a mudar a realidade social dos lugares onde vivem.
Exemplos
Buchannan´s (Venezuela e Colômbia): a marca de uísque escocesa propôs a seus consumidores na Venezuela e na Colômbia que doassem 4 horas semanais para atividades comunitárias e educacionais. Em retribuição, a bebida organizou um concerto de rock somente para os voluntários. Detalhe: a banda, anuncianda somente no final do projeto, foi a famosíssima “”The Smashing Pumpkins””.
Um Teto para Meu país (Brasil): hoje chamada “”Teto””, a ONG atua em 19 países da América Latina e convida jovens a ajudarem na contrução de casas emergenciais e para comunidades carentes, atuando em programas de habitação social.
Recentemente, a organização retribuiu voluntários gravando seus nomes nos pregos usados na construção das casas. Os doadores ainda puderam acompanhar, por meio do aplicativo Prego Maps, a localização da casa construída com sua ajuda.
6. Latin Love
O orgulho de ser latino-americano. Algumas marcas que resgatam a “”””latinidad”””” estão conseguindo se aproximar dos consumidores.
Exemplos
Club Colombia (Colômbia): a marca de cerveja criou uma campanha chamada “”””Orgullo perdido””””, em que reuniu pessoas que aprenderam ofícios artesanais desde pequenos, com seus pais e avós, para ensinar os mesmo ofícios a gerações mais novas como forma de não deixar a cultura morrer.
Depois de reunir os artesãos em grupos e criar páginas para todos no Facebook, a marca convidou consumidores para uma votação online que decidiria qual das comunidades receberia mais dinheiro para desenvolver projetos e oficinas.
Cómo se dice: aplicativo que traduz gírias para diversas línguas latinoamericanas.
7. Souvenir 2.0
Além de ajudar resgatar a história de comunidades, no Souvenir 2.0 esses resgates ajudam a traçar uma nova lógica de compreensão dos lugares e seus personagens, valorizando, em alguns casos, características hiperlocais. Pode ser feito de forma colaborativa, ecosustentável, customizada e com forte compromisso ético.
Exemplos
No brand (Argentina): designers se reuniram e criaram produtos baseados na iconografia argentina, retratando as pessoas mais representativas das comunidades.
Brasil Quest (Brasil): lançado pela Embratur, o jogo digital tem app para iPhone e Android e é baseado na história de um extraterrestre que chega ao Brasil e precisa passar por diversos desafios para saber mais sobre o país.
8. I Love my City (reloaded)
Aqui, os desejos de transformação surgem do indivíduo e se expandem para a esfera coletiva. “”””I Love my City”””” parte da relação que as pessoas têm com as cidades onde vivem para um redesenho dessa relação.
“”””Vemos aqui marcas ajudando pessoas a lidar com o caos e o descuido urbano, ressignificando a maneira como as pessoas vivem hoje nesses centros””””, comenta Luciana.
Exemplos
Buus (Brasil): aplicativo colaborativo do Rio de Janeiro que identifica a proximidade dos ônibus urbanos e avisa o status de lotação do veículo.
Urbanizas (México): app que traça de forma colaborativa os problemas das grandes cidades e cria um mapa urbano.
Shoot the Shit (Brasil): coletivo urbano de Porto Alegre que, ao perceber que os pontos de ônibus da cidade não traziam a indicação sobre quais linhas passavam pelos locais, colou adesivos de sinalização em que as próprias pessoas podiam ajudar a identificar as rotas. Com base neste projeto, a prefeitura municipal modificou a sinalização da cidade. O próprio Shoot the Shit foi chamado para participar do projeto.
Astrovandalistas (México): coletivo translocal com sede na Cidade do México que criou uma “”””arma sonora””””. “”””Queremos amplificar o questionamento coletivo sobre o espaço da violência na história recente do México””””, diz o grupo em seu site.
Ao encontrar uma grande estrutura metálica abandonada na cidade, o grupo instalou 64 tubos galvanizados conectados a um motor. Integrado ao Twitter, o mecanismo dispara um barulho altíssimo cada vez que alguém protesta usando a hashtag #BANGCampoMarte.
“Essa estrutura cria uma perturbação entre offline e online”, comenta Luciana. “Isso é uma identificação de situações e lugares em que as marcas poderiam estar. Estamos falando de marcas que começam a integrar movimentos, muito mais do que apenas estampar o logo”.
9. Safety Net
Aplicativos ajudam consumidores a se proteger da insegurança e dos perigos de grandes centros.
Seguridad en línea (Colômbia): plataforma colaborativa de segurança que registra roubos, homicídios, perturbações da ordem pública e situações de violência em Meddelin.
Agentto (Brasil): app que instala uma central de segurança em tempo integram no smartphone. O usuário pode escolher pessoas de sua confiança, que receberão um aviso caso você acione um botão de pânico silencioso no celular.
10. Branded Government
A tendência de marcas agirem de forma progressiva nas estruturas, atuando em papéis que costumavam ser de governos torna-se cada vez mais forte.
Exemplos
Projimo (Argentina): agência de Buenos Aires que usa profissionais da publicidade para trabalhos volunetários em comunidade, ensinando pessoas a fazer anúncios, se expressar e se integrar a partir da comunicação.
A primeira campanha da Projimo chama-se “”Momentos gratis””, e foi feita com vídeos enviados pelo público, com momentos importantes da vida dessas pessoas que não custaram praticamemente nada.