TJ-RS julga hoje reajuste do mínimo regional

Percentual de 16% aprovado em dezembro é alvo de ação da Fecomércio-RS que suspendeu o novo piso do Estado

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJ-RS) decide hoje o futuro do…

Percentual de 16% aprovado em dezembro é alvo de ação da Fecomércio-RS que suspendeu o novo piso do Estado

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJ-RS) decide hoje o futuro do salário-mínimo regional gaúcho. Aprovado em dezembro de 2014, o reajuste de 16% estabelecido pela Lei nº 14.653 passaria a vigorar no dia 1 de fevereiro deste ano. No entanto, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), movida pela Fecomércio-RS, obteve a suspensão do novo piso até o julgamento do mérito.

A partir das 11h, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS) programa uma vigília em frente à sede do TJ, em Porto Alegre, na avenida Borges de Medeiros. São esperados cerca de 300 trabalhadores, que pretendem acompanhar de perto o desenrolar das sessão, com início previsto para às 14h. O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, que comandou atos de apoio ao piso, ao longo da semana passada, demostra otimismo com o resultado. “Estaremos em vigília desde as 11h, confiamos que obteremos essa vitória definitiva sobre a constitucionalidade do piso”, afirma.

De acordo com o dirigente, a segurança no ganho de causa é fruto da aprovação unânime do reajuste de 16% na Assembleia Legislativa e também das manifestações favoráveis no âmbito da Procuradoria-Geral do Estado e do Ministério Público do Estadual. “O próprio governador Sartori se manifestou favorável.”
Conforme antecipa o presidente da CTB, Guiomar Vidor, em caso de decisão contrária ao novo piso, a entidade confia que o governador José Ivo Sartori possa aprovar uma nova lei que conceda o mesmo percentual. “Os indicativos do secretário estadual do Trabalho (MiKi Breier) e do próprio governador nos tranquilizam”, revela. Para Vidor, a lei pode ser enviada em regime de urgência e votada pela Assembleia em apenas 30 dias.

Por outro lado, Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS, entende que existem condições de sobra para que a ação seja julgada procedente. “”Procuramos defender a sociedade na medida em que o percentual (16%) foi exagerado.”” A principal alegação da entidade, segundo Bohn, se refere a um dispositivo legal para “frear aumentos desproporcionais” concedidos, justamente, em anos eleitorais. De acordo com ele, os advogados alegam que, em caso de não reeleição, a lei do piso regional não poderia ser “”exercida”” no semestre que antecede à troca de governo. “A motivação para os 16% é algo sem sentido, pois busca atingir uma base 28% superior ao salário-mínimo nacional”, diz.

Após o resultado de hoje, as duas partes poderão ingressar com recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em caso de ganho de causa para a Fecomércio-RS, a discussão permanecerá, pelo menos, até o final do ano. Nessa hipótese, seriam praticados, para as diferentes faixas do salário-mínimo regional, os valores de 2014 (entre R$ 868,00, na faixa 1, e R$ 1,100,00, na faixa 5), Do contrário, o percentual de 16% valeria de forma retroativa, a partir de 1 de fevereiro, elevando os vencimentos para R$ 1.006,08 (faixa 1) e R$ 1.275,00 (faixa 5).

Entidades pregam o fim da regionalização dos salários

O presidente da Federasul, Ricardo Russowsky, defende que o mínimo regional passe a obedecer a uma tabela, semelhante ao que ocorre com o piso nacional, que varia entre 4,5% e 6,5% ao ano. Segundo o dirigente, a entidade, de caráter associativa, não está envolvida diretamente na ação de inconstitucionalidade, mas apoia a Adin movida pela Fecomércio-RS.

“Defendemos, historicamente, a não existência de um salário-mínimo regional. O reajuste nacional, atualmente, cobre inteiramente as necessidades. O Rio Grande do Sul também tem uma situação difícil. Com essa recessão que virá, termos um decréscimo da economia regional, apesar das projeções de safra. É injustificável ter de arcar com esse percentual (16%)”, avalia.

O representante da CTB-RS, Guiomar Vidor, rebate. “Não estamos discutindo a validade do mínimo regional. Estamos debatendo a constitucionalidade do percentual de 16% concedido pelo governo anterior. Neste aspecto, temos diversas manifestações favoráveis ao novo piso no Estado”, garante o sindicalista.

Na avaliação do presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, as condições de 2001, quando foi aprovada a legislação dos mínimos regionais, não são mais válidas. “Naquela época, o salário era equivalente a US$ 85,00. Hoje, é superior a US$ 300,00. Não há razão para os estados concederem diferentes reajustes. Por isso, pedimos que, se o governador José Ivo Sartori não resistir às pressões por uma nova legislação, que o faça como em Santa Catarina, estado que prevê, obrigatoriamente, que, antes de mandar para a Assembleia, se negocie amplamente os percentuais”, destaca.

Veja também

    PesquisaNoticias

    Levantamento do Sindilojas Poa revela crescimento do comércio de vizinhança no R...

    Veja mais
    Noticias

    Edição especial do Menu Poa apresenta pautas do comércio para o futuro da capital

    Veja mais
    Noticias

    Programação de atividades desta semana para as obras no Centro da capital

    Veja mais
    Noticias

    Último dia para confirmar presença no MENUPOA especial sobre Eleições Municipais

    Veja mais