Um ano após o estopim da crise, Brasil mostra força ao se recuperar de forma rápida
Em 15 de setembro de 2008 o mundo tomou conhecimento da quebra financeira do banco de investimentos americano Lehman Brothers. A notícia surgiu avassaladora ao mercado de ações e interferiu de forma quase…
Em 15 de setembro de 2008 o mundo tomou conhecimento da quebra financeira do banco de investimentos americano Lehman Brothers. A notícia surgiu avassaladora ao mercado de ações e interferiu de forma quase simultânea nas expectativas dos investidores de grande parte dos países. A recessão enfrentada por todo o mundo também atingiu o Brasil de forma abrupta, mas com menor duração do que muitos especialistas imaginavam. Um ano após a concordata do Lehman Brothers as notícias brasileiras são animadoras, começando pelo mais recente resultado do PIB brasileiro, que, no segundo trimestre do ano, cresceu 1,9% e saiu da chamada recessão técnica. As empresas voltam a investir e as pessoas retomam o consumo. Também a taxa de desemprego segue apresentando frequentes quedas.
Conforme explicam os economistas da Fecomércio-RS (Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS), Pedro Ramos e Carlos Cardoso, a quebra do quarto maior banco de investimentos do EUA provocou uma grande crise de confiança. “As grandes empresas brasileiras não tinham mais a disponibilidade de crédito internacional e precisaram fazer uso do crédito interno, o que diminui a oferta para as demais empresas. Somaram-se a isso a queda da produção industrial e a retração do consumo. Ou seja, um grande problema para qualquer economia”, analisou Pedro Ramos. Entretanto, a saída antecipada da crise pelo Brasil mostra que a demanda interna pode mesmo ter feito a diferença.
Os fatores externos, como a alta injeção de recursos nos bancos, possibilitaram a volta da confiança na economia mundial. Mas, internamente, salienta Ramos, três fatores já sinalizam um ano de 2010 em alta para os empresários: a queda na taxa de juros ao menor patamar da história do país; o crescimento brasileiro já em 2009, o que reverte algumas expectativas; e o espaço que existe para o crescimento do crédito e, como contrapartida, do consumo. “Esses elementos internos sustentam as possibilidades positivas do país. A Selic baixa reforça a tendência de investimento por parte das empresas”, acredita.
Carlos Cardoso complementa que a pauta diversificada das exportações e dos parceiros comerciais brasileiros segue como um grande trunfo da economia nacional. “Diferentemente de outros países que estão limitados a poucos parceiros comerciais e que sentiram por isso maior o arrefecimento de suas transações internacionais, o Brasil não está à mercê dos bons resultados de uma única economia, mas sim possui maiores chances de vencer qualquer problema enfrentado por um parceiro, devido ao maior número de possibilidades.”