Varejo deve ter recorde de vendas em 2010

O varejo brasileiro deve ter o melhor fim de ano desde 2007. É o que mostra o IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas), pesquisa realizada com as 35 empresas associadas ao IDV (Instituto para o Desenvolvimento…

O varejo brasileiro deve ter o melhor fim de ano desde 2007. É o que mostra o IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas), pesquisa realizada com as 35 empresas associadas ao IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo). De acordo com os varejistas consultados, a expectativa é que as vendas avancem a taxas de dois dígitos em relação ao mesmo período do ano passado, sendo 11,8% em novembro e 11,1% em dezembro. Os dados efetivos de outubro já sinalizaram esta aceleração das vendas, que cresceram 10,3% sobre outubro do ano passado, superando a expectativa prévia, de 7,7% para o mês.

Se estes números se confirmarem, o varejo deverá registrar crescimento real das vendas de 7,8% em 2010, a maior taxa anual desde 2007 e ligeiramente superior ao que foi registrado em 2009 (7,7%). Ao se comparar as vendas do quarto trimestre com o mesmo período do ano passado, também conclui-se que este será o melhor fim de ano para o setor, pois o crescimento deve ser de 11,1% no último trimestre, indicando nova aceleração no ritmo de expansão das vendas, que cresceram 6,2% no terceiro trimestre e 5,2% no segundo trimestre.

Entre os diversos setores do varejo, o segmento mais ligado a bens duráveis, como móveis, eletrodomésticos e materiais de construção, é o que espera as maiores taxas de crescimento para os próximos meses, sendo 16,5% em novembro e 16,7% em dezembro.

Os segmentos ligados a bens não duráveis, como super e hipermercados, farmácias, perfumarias e alimentação fora do lar, também mostram otimismo. O conjunto desses segmentos deve ter crescimento das vendas em torno de 10% ao final do ano (11,2% em novembro e 9,1% em dezembro). O crescimento da renda, proporcionado pelo mercado de trabalho, que apresenta a menor taxa mensal de desemprego já medida pelo IBGE (6,2% em setembro) e o maior número de empregos formais (acima de dois milhões segundo o Caged – Cadastro Geral de Empregos e Desempregos) tem permitido às famílias elevarem sua cesta de consumo de bens mais essenciais e de menor valor, como é o caso de alimentação e medicamentos.

O varejo de bens semiduráveis, composto pelos segmentos de vestuário, livrarias, entre outros, também aponta, ainda que com menor intensidade, crescimento das vendas nos próximos meses: 8,8% em novembro e 7,7% em dezembro, impulsionado pelo aumento da renda dos consumidores e expansão do número de pessoas no mercado de trabalho. O volume de empregos gerados é outro indicador que consolida o otimismo do setor. O varejo já é o maior empregador privado do País, representando cerca de 15% do total de empregos.

Classes de renda mais baixa impulsionam confiança

O bom humor das famílias de renda mais baixa impulsionou o resultado recorde na confiança do brasileiro em novembro, mostrado pelo Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que atingiu neste mês o melhor nível desde sua criação em setembro de 2005. Segundo o economista e coordenador de sondagens conjunturais da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloísio Campelo, a confiança na continuidade da trajetória favorável da economia, aliada ao término das eleições – que historicamente confere um fator de incerteza às estimativas -, provocou uma arrancada na confiança do consumidor de baixa renda, puxando para cima as expectativas para os próximos meses.

Campelo negou que o recorde na confiança em novembro seja originada diretamente da vitória da candidata petista Dilma Rousseff. “É complicado associar uma pesquisa puramente econômica com o ambiente político”, salientou. No entanto, admitiu que, independentemente do nome vencedor da corrida presidencial, o término do período eleitoral contribuiu para tornar mais sólidas as projeções do consumidor quanto ao futuro.

Campelo comentou que, de uma maneira geral, praticamente todas as respostas apuradas para cálculo do ICC apresentaram saldo positivo em novembro. No entanto, ao se avaliar o indicador separado por faixas de renda, é possível perceber que o índice entre as famílias com ganhos mensais de até R$ 2,1 mil subiu 5,2% em novembro contra outubro, bem acima da variação média do ICC em todas as faixas de renda, que aumentou 2,7% de outubro para novembro. Nas famílias com renda entre R$ 2.101,00 e R$ 4,8 mil, o índice saltou 3% no mesmo período. O indicador subiu apenas 0,8% nas famílias com faixa de renda entre R$ 4.801,00 e R$ 9,6 mil; e avançou 1,2% nas famílias com renda mensal acima de R$ 9.601,00, no mesmo período.

De uma maneira geral a confiança do consumidor em média manteve resultado positivo em novembro. A fatia dos consumidores pesquisados, em todas as faixas de renda, para cálculo do indicador que avaliam como boa sua situação financeira no momento saltou de 26,2% para 30,1% de outubro para novembro. Somente o percentual de consumidores entrevistados que aposta em uma melhora em suas finanças nos próximos seis meses subiu de 36,5% para 37,3%. No entanto, fez uma ressalva quanto à intenção de compras de bens duráveis para os próximos meses. A fatia de consumidores que apostam em maior volume de compras de bens duráveis nos próximos seis meses subiu muito levemente de outubro para novembro, passando de 14,2% para 14,5% no total de pesquisados.

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