Vendas de Natal no Centro devem expandir até 7%

Abertura de novas operações, reformulação de lojas e preços competitivos têm atraído os consumidores à área central da cidade

O comércio de rua está mais atraente no Centro Histórico de Porto Alegre. Além de oferecer preços acessíveis em comparação aos das lojas de shopping centers, as empresas situadas no bairro acompanham a ideia de revitalização desta área da cidade, investindo em layouts modernos e melhorias das estruturas dos estabelecimentos. Assim como as grandes redes, lojas menores também passaram a incluir produtos de melhor qualidade em seu mix e as decorações natalinas estão deixando o bairro com um toque especial. É desta forma que a designer de moda Débora Zettermann enxerga o varejo de rua no Centro Histórico. Assim como ela, outros milhares de consumidores estão voltando os olhos para as novas operações que se erguem nos principais pontos da Rua dos Andradas, por exemplo, levando marcas consolidadas para fora dos shoppings e lucrando com a demanda da nova classe média, que pretende gastar em torno de R$ 302,00 em presentes neste Natal.

Este tíquete médio de compras é calculado pela pesquisa Intenções de Consumo para o Natal, encomendada pelo Sindilojas Porto Alegre ao Instituto Methodus, que ouviu recentemente 400 consumidores e 70 lojistas na Capital. O mesmo estudo aponta que entre os proprietários de lojas de rua de Porto Alegre a expectativa de crescimento com as vendas de Natal é de 7%, e, em comparação ao mesmo período do ano passado, o faturamento das empresas também deve ser superior. No Centro, o otimismo está atrelado não somente à melhor situação financeira da população, mas a um diferencial deste ano: as lojas da região estão mais charmosas, grandes marcas escolheram a Rua dos Andradas para operar e, de carona, lojistas antigos investiram na modernização de seus estabelecimentos.

A Galeria Chaves, que há três anos passa por reformas, destinou R$ 50 mil à decoração de Natal, que conta com bela iluminação, atraindo curiosos à noite. Cerca de 60 Papais Noéis escalando a galeria Pedro Chaves Barcellos, na Rua dos Andradas, também chamam a atenção. Uma grande guirlanda na porta principal, seguida de um presépio e de uma árvore de Natal instalados no decorrer no trajeto que vai até a escada rolante com acesso à rua José Montaury fazem sintonia com os arranjos das lojas. Tudo isso foi preparado pelos 50 lojistas da galeria, que em decorrência das reformas perdeu movimento. A ideia deu certo. Muita gente que transita pela rua dá uma olhadinha na fachada – que se destaca do restante dos estabelecimentos do Centro – e já espia para o interior do empreendimento.

“Ficaremos abertos até as 22h durante o período que antecede o Natal”, diz Rogério Wagner, diretor da Ponto Pronto, grupo especializado em expansão de empresas, que ocupa a Galeria Chaves. “Queremos que no ano que vem a ideia seja implementada em toda a Rua da Praia, trazendo mais um atrativo para que as pessoas venham cada vez mais comprar no Centro, que agora está recuperado.” Segundo o empresário, os lojistas da Galeria Chaves estão com boas expectativas para as vendas de final de ano. “A abertura da passagem de acesso entre a Rua dos Andradas e a José Montaury, que estava fechada em vista da reforma, já trouxe o público de volta”, comemora Wagner. Em breve, outras 14 novas operações devem ocupar também o andar com entrada pela José Montaury, onde ainda haverá espaço para caixas eletrônicos de diversas agências bancárias.

Variedade de opções é diferencial

Apaixonada por calçados, designer de moda Débora Zettermann escolheu a recém-implementada unidade da Paquetá na Esquina Democrática, localizada entre a Rua dos Andradas e a Borges de Medeiros, para procurar sapatos para ela e pesquisar presentes para a mãe e a irmã. “Já comprei os mimos para meu filho, meus sobrinhos e meu marido, tudo no Centro”, diz a designer, destacando que além de os estabelecimentos e mercadorias estarem mais adequados e competitivos, os preços são o maior atrativo da região. Com layout diferenciado, maior mix de produtos e novidades, a Paquetá da Esquina Democrática ocupa o lugar de uma unidade antiga da loja Gaston, recentemente transformada em mega store. “Este é o segundo melhor ponto do Brasil em termos de circulação de pessoas”, frisa a gerente Fernanda Turmina. Segundo ela, desde a inauguração, no dia 21 de outubro, a loja “está vendendo muito”. O atual ponto vai triplicar as comercializações, em comparação à antiga localização, na Borges de Medeiros, que em 2010 faturou em torno R$ 700 mil.

De acordo com o estudo encomendado pelo Sindilojas entre as opções mais citadas pelos consumidores como alternativa de presentes estão vestuário (56,0%), brinquedos (49,5%) e calçados (25,3%). A modalidade de pagamento preferida é dinheiro (65,5%), seguida de cartões de crédito (29,0%).

A gerente da unidade da Hering localizada ao lado da Galeria Chaves, na Rua dos Andradas, Grazielle Maschmann, confirma a estimativa. “Estamos vendendo bastante já para o Natal. Cerca de 60% são mulheres, que compram peças de vestuário também para os filhos e maridos.” Ela calcula em torno de 200 pessoas por dia comprando na loja da Henrig. “O movimento é tanto, que foi preciso abrir outra unidade na Rua dos Andradas, na esquina com a Dr. Flores”, explica.

Pequenas empresas se reformulam para acompanhar as mudanças

Quem caminhar pela Rua dos Andradas, no Centro, vai encontrar lojas com layouts e designs mais modernos. Mas isso não se verifica somente em grandes empreendimentos, como a Mega Store Gaston, implementada recentemente, em espaço de 1,7 mil metros quadrados. É possível também se deparar com marcas menores, como a Maria da Praia, localizada há cinco anos quase em frente à Galeria Chaves. No segundo semestre deste ano, “a loja se viu obrigada a mudar para agradar o cliente”, diz a gerente de vendas Daiane Dias. “A Rua dos Andradas está se revitalizando e ficando muito melhor, então a marca acompanhando o processo.”

Pelo menos R$ 70 mil foram injetados em rebaixamento do teto, revestimento de paredes, mudança das cores, araras e outros detalhes desta unidade da Maria da Praia. “O maior impulsionador da reforma foi a chegada da loja Marisa, bem aqui do lado”, admite Daiane. Ela estima um crescimento de 20% nas comercializações para o Natal, levando em consideração a reformulação da loja e a revitalização de outros pontos do Centro Histórico. “Com a chegada de uma unidade da Renner aqui perto (que deve ocupar o ponto da antiga Livraria do Globo), esta quadra terá ainda mais movimento de vendas”, calcula Daiane. A presença de grandes marcas na região ajuda no desenvolvimento de lojas menores que estão ao redor. “Quem vem para cá, olha tudo que há em volta”, afirma.

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