Vendas do varejo sofrem queda de 1,5% em janeiro

Na comparação com janeiro de 2015, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 13,3%. 

As vendas do comércio varejista caíram 1,5% em janeiro de 2016 ante dezembro de 2015, na série com ajuste sazonal, informou, nesta quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com janeiro de 2015, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram baixa de 10,3% em janeiro de 2016. As vendas do varejo restrito acumulam retração de 5,2% em 12 meses. Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 1,6% em janeiro ante dezembro do ano passado, na série com ajuste sazonal. 

Na comparação com janeiro de 2015, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 13,3%. Até janeiro, as vendas do comércio varejista ampliado acumulam queda de 9,3% em 12 meses. As altas de preços, o crédito mais caro e restrito e a deterioração no mercado de trabalho estão entre os principais ingredientes por trás da retração nas vendas do comércio varejista do País. A perda de poder aquisitivo da população tem sido determinante para explicar a redução no volume vendido, apontou a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes. 

Em janeiro, as famílias brasileiras cortaram significativamente as compras em supermercados (-5,8% ante janeiro de 2015), móveis e eletrodomésticos (-24,3%) e combustíveis (-14,1%), entre outros. “A queda de supermercados está muito associada à renda. A evolução dos preços dos alimentos está acima do índice geral de preços. A pressão inflacionária nesse segmento faz com que os consumidores se ajustem a marcas mais baratas. Consequentemente, o volume de receitas do segmento cai”, explicou Isabella. Em relação a dezembro, as vendas dos supermercados caíram 0,9%. Já são três meses consecutivos de taxas negativas no setor, período em que acumulou perda de 3,7%. 

O IBGE lembra que os preços dos combustíveis acumularam aumento de 23,7% nos 12 meses encerrados em janeiro, enquanto a alimentação no domicílio ficou 14,2% mais cara no período, de acordo com os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), cuja taxa foi de 10,7%. “Em termos de preços, a gente pode creditar uma pressão maior nos supermercados e nos combustíveis. Essas atividades vêm com evolução de preços acima da média da inflação. 

Então a pressão dos preços inibe as vendas, é um fator que reduz o poder de compra”, justificou a pesquisadora. Além disso, a massa real de salários em circulação no País diminuiu 10,4% entre janeiro do ano passado e janeiro deste ano. No mesmo período, o número de trabalhadores com carteira assinada recuou 2,8%. “Os consumidores estão mais endividados e com uma renda menor. Esse quadro macroeconômico teve impacto (sobre o varejo)”, concluiu Isabella.

Fonte: Jornal do Comércio

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