Veja como fica a rentabilidade da poupança
Entenda o que mudou no rendimento da poupança
Pelas novas regras da rentabilidade da caderneta de poupança, que passaram a valer no dia 4 de maio, o rendimento da aplicação passa, a partir de agora, a ser calculado em 70% da Selic mais TR (Taxa Referencial), o que, de acordo com o Ministério da Fazenda, equivale a uma rentabilidade de 5,95% ao ano mais TR (com a Selic neste patamar). Como base de comparação, pela regra anterior, a poupança oferecia um rendimento de 6,17% a.a mais TR, uma diferença de 0,22 ponto percentual ao ano.
Com isso, na opinião do educador financeiro e gerente-geral do INI (Instituto Nacional de Investidores), Mauro Calil, a poupança deixa de ser vantajosa. “Na regra anterior, a poupança oferecia uma rentabilidade interessante para aqueles que aplicavam pequenos valores em horizonte de até 6 meses, por conta da isenção de Imposto de Renda e de taxa de administração. A partir de agora, com a Selic a 8,5%, ela deixa de ser vantajosa até mesmo para quem investe com um prazo menor”, diz, lembrando que para aqueles que tinham aplicação antes da mudança, o ideal é deixar o dinheiro na poupança, já que as regras só valem para aplicações feitas a partir do dia 4 deste mês.
Onde investir?
Na opinião de Calil, o investidor deve começar a olhar para outras aplicações que oferecem a mesma segurança com uma rentabilidade melhor. “As melhores alternativas são o CDB (Certificado de Depósito Bancário) e o Tesouro Direto”, diz.
No caso do CDB, ele lembra que o investidor deve se atentar para o percentual do CDI que é oferecido pelo banco. “Existem bancos pequenos que oferecem CDB com aplicação mínima de R$ 1 e pagam uma taxa de 100% do CDI. E o investidor que aplicar até R$ 70 mil tem a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) em caso de quebra da instituição”, aponta Calil.
Já no caso do Tesouro Direto, o economista e especialista em investimentos Richard Rytenband afirma que a melhor opção são os títulos atrelados à inflação. “Estes títulos remuneram o investidor com uma taxa de juros de cerca de 4% ao ano, mais a variação da inflação medida pelo índice IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), ou seja, uma rentabilidade real de 4% ao ano”, diz.
O educador financeiro Conrado Navarro ressalta que, com a queda dos juros, o investidor que quiser uma rentabilidade mais elevada precisará procurar investimentos com maior potencial de retorno e, consequentemente, um pouco mais arriscados. “O investidor terá que destinar parte de seu dinheiro para investimentos mais arrojados, como os fundos multimercado, a renda variável e até mesmo a possibilidade de empreender.
Entenda
A nova rentabilidade da caderneta de poupança entrou em vigor no início de maio e tem como principal objetivo possibilitar que o Governo consiga reduzir mais as taxas de juros sem que a poupança se torne uma aplicação mais atrativa do que fundos DI e títulos públicos.
Com a alteração, sempre que a Selic estiver em 8,5% ao ano ou menos, a poupança passa a remunerar seus aplicadores com 70% da Selic mais TR (taxa referencial). Se a Selic estiver acima de 8,5% a.a., nada muda e a rentabilidade continua em 0,5% ao mês mais TR.