Varejo se prepara para seguir alta do PIB
Crescimento de 5% da economia brasileira previsto para 2010 faz com que empresas intensifiquem abertura de lojas
O setor varejista começa a se preparar para acompanhar o ritmo de crescimento previsto para o…
Crescimento de 5% da economia brasileira previsto para 2010 faz com que empresas intensifiquem abertura de lojas
O setor varejista começa a se preparar para acompanhar o ritmo de crescimento previsto para o Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2010, que deve ficar próximo a 5%. Entre as ações previstas pelas empresas para o ano que vem estão a ampliação dos investimentos, a recuperação das margens e o aumento da concessão de crédito. Essas estratégias divergem das adotadas pelas companhias neste ano, quando optaram por uma maior agressividade nos preços, visando a conquistar fatia de mercado e não perder os clientes durante o período mais agudo da crise.
“Este ano as empresas ficaram focadas em não perder participação de mercado. Com a retomada do crescimento em 2010, as companhias deverão aumentar preços para recompor as margens perdidas neste ano”, afirma o analista da Socopa Corretora Marcelo Varejão. Para o analista da Ágora Alan Cardoso, o crescimento da receita em 2010 vai ser acompanhado pela diluição das despesas com vendas e pelo aumento do fluxo de comercialização de produtos. “As empresas fizeram o dever de casa em 2009 para capturar uma maior rentabilidade no próximo ano”, diz Cardoso.
Entre os grandes varejistas que adotaram uma política mais agressiva de preços está o Pão de Açúcar. Apesar de afetar suas margens, o vice-presidente da companhia, Enéas Pestana, ressalta que a empresa conquistou neste ano um aumento no fluxo de clientes com a iniciativa. “Não só aumentamos vendas, como ganhamos participação de mercado”, contabiliza. De julho a setembro, a empresa teve queda de 0,3 ponto percentual da margem bruta, pela intensificação de ações promocionais no período e o crescimento da participação de eletroeletrônicos com a aquisição do Ponto Frio.
Para 2010, a companhia trabalha com a meta de superar os investimentos previstos de R$ 750 milhões deste ano. O presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, Abílio Diniz, destaca que o plano de expansão visa a acompanhar a perspectiva de um crescimento de 5% da economia brasileira em 2010. “Não vai faltar crédito e vamos ter o efeito da Copa do Mundo, que puxa as vendas de bens duráveis”, afirmou.
Após a desaceleração no ritmo de expansão em 2009, a Lojas Americanas prevê uma forte retomada das inaugurações nos próximos anos. A intenção da varejista é passar das atuais 471 unidades para 871 unidades até 2013. Os aportes para o período deverão somar R$ 1 bilhão. “Reduzimos nossos investimentos no final de 2008, primeiramente, para entender os efeitos da crise no Brasil e no Mundo. Mas a partir de maio, percebemos que poderíamos retomar nosso programa acelerado de inaugurações”, explica o diretor financeiro da companhia, Roberto Martins. O executiva enfatiza ainda que a estimativa da companhia é apresentar um crescimento médio anual da receita entre 22% e 25% até 2013, impulsionados pelo plano de expansão.
Redes varejistas de vestuário também informam que vão ampliar sua expansão em 2010, após a queda observada este ano. Após prever no início de 2009 a abertura de oito novas unidades, a Lojas Renner já prevê inaugurar pelo menos 12 unidades no próximo ano. Além do plano mais agressivo de expansão, a companhia espera contar até o final do primeiro semestre do próximo ano com as operações de um banco próprio para ampliar a oferta de crédito e de serviços financeiros, como encargos para vendas parceladas, empréstimos pessoais e seguros.
A Riachuelo também ampliou a previsão de inaugurações para os próximos anos. A expectativa da varejista é abrir 12 novas lojas em 2010 e 14 em 2011, após a expansão de seis em 2008 e 2009. Os recursos para o plano de investimentos, de R$ 442 milhões, foram obtidos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), enquanto a companhia empenhará uma contrapartida de R$ 144 milhões. Já a rede Marisa prevê inaugurar mais 28 pontos de venda em 2010, ante seis previstos no início deste ano.