Semana concentra anúncio do PIB e do juro
A agenda brasileira estará carregada nesta semana. Além da apresentação do desempenho da economia nacional no segundo trimestre, haverá a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que anunciará…
A agenda brasileira estará carregada nesta semana. Além da apresentação do desempenho da economia nacional no segundo trimestre, haverá a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que anunciará na quarta-feira como ficam os juros básicos do País. Na cena internacional, amanhã será um dia bastante importante, com um novo discurso do presidente do Banco Central norte-americano, Ben Bernanke, e a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Como o futuro da economia dos Estados Unidos ainda traz muitas incertezas, a fala de Bernanke será acompanhada com interesse pelo mercado. Já a reunião da Opep vem em um momento em que o petróleo se afasta cada vez mais de seu pico – em julho rompeu os US$ 145 por barril -, tendo encerrado os negócios de sexta-feira, em Nova Iorque, a US$ 106,23.
No Brasil, a quarta-feira deve ser o dia mais agitado, por concentrar tanto a divulgação do PIB quanto o encerramento da reunião do Copom, que se reúne a partir de amanhã para definir a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13%. A maioria dos analistas conta com uma elevação de 0,75 ponto percentual, mas há quem espere por um resultado diferente. Para o economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Istvan Kasznar, o Copom vai elevar a taxa em 0,50 ponto percentual. “Se, por um lado, a inflação já apresenta sinais claros de arrefecimento, por outro a demanda por bens e serviços na economia ainda está em níveis muito preocupantes”, diz o economista.
Segundo a pesquisa Focus da semana passada, feita pelo Banco Central com cem instituições financeiras, a previsão é de que a taxa Selic esteja em 14,75% no fim de 2008, ou seja, pela projeção do mercado o ciclo de elevações da Selic ainda está um pouco distante de seu fim. Como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve desaceleração em agosto, ficando em 0,28%, as apostas em torno da possibilidade de o Copom elevar a Selic em um ponto perderam força.
O principal motivo que levou à retomada do processo de alta dos juros, em abril, foi o risco representado pelas pressões inflacionárias. Ao subir os juros, o Banco Central busca frear o crédito e o consumo, detendo a escalada dos preços. “A inflação, que estava tirando o sono de muita gente, voltou a se comportar. Nossa projeção era de 0,30% em agosto. Em 12 meses, a inflação bateu no teto e recuou”, aponta a Gradual Corretora.
Para a bolsa de valores, quanto menos os juros subirem, melhor. Taxas maiores representam retornos mais expressivos em aplicações de renda fixa, que podem atrair investidores que estavam aplicando em ações. Na sexta-feira, o Ibovespa fechou em alta de 1,03%, aos 51.939 pontos. Na primeira semana de setembro o índice acumula perdas de 6,71%. Já o dólar está em elevação e fechou a semana praticamente estável, cotado a R$ 1,717 (comercial venda).
O risco de crescimento inflacionário não é um problema apenas para o Brasil. As maiores economias do mundo sofrem neste momento com a pressão indesejada dos preços. Na sexta-feira, os Estados Unidos vão divulgar o resultado do Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês). A expectativa é de que o indicador aponte alta de 0,2% em agosto, contra 0,7% registrado no mês anterior. No mesmo dia, o país dados referentes às vendas no varejo, o índice de confiança ao consumidor e os estoques das empresas. Esses números darão sinais sobre o ritmo em que anda a maior economia do planeta.