Pirataria afeta ganhos das microempresas

RIO – A pirataria de filmes tem sido como um furacão devastador para as locadoras de vídeo no Brasil, em sua grande maioria micro e pequenas empresas. Muitas delas, em várias partes do país já fecharam as…

RIO – A pirataria de filmes tem sido como um furacão devastador para as locadoras de vídeo no Brasil, em sua grande maioria micro e pequenas empresas. Muitas delas, em várias partes do país já fecharam as portas e outras estão pensando seriamente nisso. Só no último ano, o movimento de aluguel de filmes diminuiu em mais de 60% em média e fica difícil concorrer com os camelôs que oferecem os últimos lançamentos de Hollywood a R$ 2 ou R$ 3, mesmo antes do filme ser lançado no cinema.

– Locadora de vídeo é pequena empresa, às vezes, micro empresa. Meu faturamento só de 2007 até agora caiu 70%, estou seriamente pensando em fechar as portas – disse Celso Falcão, dono da Loca Loca Vídeo, no centro de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense.

O problema das locadoras do subúrbio e da Baixada Fluminense, além, da pirataria é o famoso “gatonet”. Muitos possíveis clientes “assinam” a TV a cabo pirata e deixam de alugar os filmes.

– Hoje, muitos estão passando esses mesmos filmes piratas, direto pelo cabo. A situação é tão dramática que estou pensando em desistir do negócio. Estou sem perspectivas – lamentou Celso Falcão.

Em Vila Isabel, a situação é um pouco diferente, mas é dramática também. A locadora Inter Cult sofre com a perda de 40% do seu mercado consumidor.

– Os caras preferem comprar três filmes por R$ 10 a alugar um filme por R$ 5,50 – disse Maria de Lourdes Vieira, gerente da Inter Cult.

Segundo ela, as locadoras sofrem com a pirataria porque a grande maioria dos que alugam filmes prefere os chamados “blockbusters”, grandes produções do cinema americano que chegam facilmente ás bancas dos camelôs.

– Aqui, nós temos também procura por filmes mais de arte, afinal o próprio nome da locadora já aponta para isso e o nosso público é fiel também. Primamos pela qualidade do atendimento e isso faz o nosso diferencial – completou Lourdes Vieira.

É na aposta pelo diferencial que a locadora O Cinéfilo, com filiais em Icaraí, Niterói e em Botafogo mantém seus negócios. Conhecida como uma referência para filmes clássicos e considerados “especiais”, a locadora acredita também que sua opção pela locação mensal é a principal razão de fidelização de sua clientela.

– Fomos, em Niterói, a primeira locadora a criar a locação mensal. Com a mensalidade a R$ 49, o cliente pode alugar quantos filmes quiser em um mês e aí tem casos em que a locação pode sair por R$ 0,60 – explicou Luiz Eduardo Ribeiro, gerente das lojas.

Ribeiro disse também que pelo fato de o público ter acesso à internet com mais facilidade, os que gostam dos grandes sucessos do cinema americano e não têm paciência para esperar o filme chegar à locadora, baixam mesmo e não seriam potenciais clientes.

– Embora cerca de 60% dos clientes de locadoras serem o público dos filmes de ação, romance e comédias românticas, e as que têm em seu acervo muitos desses filmes sofram mais com a retração do público, a saída é apostar no diferencial. O problema é quando a concorrência, além dos camelôs, é feita com locadoras que alugam filmes piratas, aí fica difícil mesmo de continuar com as portas abertas – ressaltou Eduardo Ribeiro.

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