Moinhos de Vento é o bairro brasileiro com o maior percentual de moradores com mais de 60 anos do Brasil
Estudo realizado pelo Núcleo de Pesquisa do Sindilojas Porto Alegre mostra o potencial de consumo de uma população pouco explorada pelo varejo: os 60+
Conectados, exigentes e com uma vida agitada e dinâmica. Essa é a descrição dos 60+, um público que já viveu inúmeras mudanças, mas pouco se fala quando se trata de gerações e comportamento. Com a proximidade do Dia dos Avós, que é comemorado na próxima quarta-feira, dia 26 de julho, o novo estudo do Núcleo de Pesquisa do Sindilojas Porto Alegre apresenta o potencial dessa população com mais de 60 anos.
“O varejo está atento ao comportamento das gerações mais jovens, como os Millenials, e mudando a forma de interagir com eles. Porém, pouco se modifica quando se trata dos clientes com mais de 60 anos. Ainda se vê lojas querendo vender pantufas e meias para este consumidor e precisamos mudar essa percepção”, comenta Paulo Kruse, presidente do Sindilojas Porto Alegre.
Mais de 15% da população gaúcha é 60+
Segundo projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística até o final de 2017 17% da população do Rio Grande do Sul terá mais de 60 anos. Em dez anos a previsão é de que eles representem quase 23% da população.
O bairro Moinhos de Vento, por exemplo, lidera o ranking de moradores com faixa etária acima de 60 anos no Brasil. Localizado em uma das regiões mais tradicionais de Porto Alegre, 34,2% dos seus moradores estão neste perfil e é seguido pelos bairros Farroupilha (32%) e Independência (30%), também na Capital, e Copacabana (29,6%), no Rio de Janeiro.
Vovó na era digital
Para quem acredita que não são conectados, esses consumidores são muito exigentes e quando não bem atendidos em uma loja física rapidamente reclamam e comentem sobre determinada marca nas redes sociais. Mais de 6 milhões de pessoas com mais de 60 anos possuem perfil no Facebook, o que representa 25% da população com essa faixa etária. Além disso, eles possuem uma renda anual de mais de R$ 300 bilhões e já consomem R$ 15 bilhões por ano no e-commerce.
Esqueça presentes para “velhinhos”
Quem está na chamada Terceira Idade Ativa não quer ser visto como frágil e é justo na proximidade de datas como o Dia dos Avós, por exemplo, que o varejo pode se diferenciar ao conhecer esse cliente e indicar o presente correto. Afinal, trata-se de pessoas que acompanharam muitas revoluções de comportamento e sensibiliza-los demais no atendimento pode ser um erro fatal. Por exemplo, quem nasceu na década de 1930 foi jovem ao som de Elvis Presley e Bill Halley. Enquanto que os que nasceram nos anos 1940 foram impactados pelo movimento hippie, os Beatles e o surgimento da pílula anticoncepcional.
Por isso, cada vez mais o varejo deve estar atento ao que este consumidor espera e surpreende-lo com um atendimento eficaz. A dica na hora de dar presente é substituir os produtos que remetem a um idoso mais frágil, como pantufas e meias, e apostar na experiência diferenciada. Qualquer presente que demonstre carinho e incentive vivências diferentes é sucesso garantido. Confira algumas dicas:
– Tênis ou agasalho para caminhadas e ginástica;
– Um livro com dicas para a próxima viagem;
– A compra de um e-book para ler no tablet;
– Um smartphone novo.
O estudo foi realizado pelo Núcleo de Pesquisa do Sindilojas Porto Alegre em parceria do fundador da SeniorLab Inteligência em Mercado 60+, Marin Henkel.