Como marcas e varejistas podem aproveitar o frenesi de Pokémon Go

O jogo pode ser uma oportunidade para patrocínios e até como brinde para consumidores

Em apenas algumas semanas após o seu lançamento, o jogo Pokémon GO já havia se transformado em uma febre. O app chegou ao Brasil nessa quarta-feira (3), e já está movimentando parques e locais que se transformaram em ginásios. O jogo da Niantic chegou ao país a tempo da abertura dos Jogos Olímpicos, que acontece na sexta-feira (5).

Baseado em uma tecnologia chamada "realidade aumentada", que exige que os jogadores explorem o mundo real para encontrar e capturar Pokémons, o jogo também oferece uma interessante oportunidade para marcas e negócios. Uma delas é trazer consumidores para um local geográfico fixo. Nas Poke Stops ou nos ginásios Pokémon, os jogadores podem coletar itens, treinar seus Pokémons ou batalhar com outros treinadores. Essa interação virtual acontecendo em uma localidade física real é uma grande oportunidade para trazer novos consumidores para um estabelecimento.

Algumas marcas já estão aproveitando essa onda. No Japão, pouco depois do lançamento do jogo o McDonald's fechou uma parceria com o Pokémon GO para ser o primeiro patrocinador do game, transformando 3 mil lojas da marca de fast-food em ginásios no Pokémon Go, explica Alvaro Morilla, analista da Kantar Retail. "Pagando uma taxa por visita, parecida com o "custo por clique" do Google, o McDonald's se posiciona rapidamente no nicho gamer, o que pode aumentar o tráfego de pessoas nos seus restaurantes, podendo potencialmente aumentar as vendas", detalha ele.

Quem também já aproveitou essa ideia foi a varejista norte-americana Sprint, que ofereceu treinamentos para que seus funcionários se tornassem "experts em Pokémon GO", transformando suas lojas e seus funcionários em um destino para quem buscava um especialista nos bichanos virtuais.

Além dessas possibilidades, estabelecimentos também podem adquirir o item "lure", que atrai Pokémons para um local físico específico – e traz com eles os treinadores que estão caçando aquele tipo de Pokémon. Segundo o New York Post, uma pizzaria em Nova Iorque pagou 10 dólares pelo módulo "lure", o que levou a um aumento de 75% nas vendas.

Até mesmo o serviço de transporte Lyft está aproveitando a onda, oferecendo descontos para usuários que estejam fazendo uma corrida até uma Poke Stop – e a parte boa é que, no geral, as Poke Stops são pontos de referência em uma cidade, que podem ajudar a economizar também em corridas para quem não vai caçar Pokémons.

"O app Pokémon GO claramente democratizou o uso da realidade aumentada", acredita Marie Dolle, da Kantar Media. "O jogo potencialmente funciona como um Google Maps ou Waze que te leva para lugares que você ainda não sabia que queria visitar. Essas "paradas Pokémon" e os ginásios atraem os jogadores até localidades físicas, ajudando a transformá-los de caçadores de Pokémon em compradores", aposta Dolle.

Dolle ainda completa dizendo que esses são mecanismos simples que permitem uma conexão entre o mundo físico e o mundo digital, uma combinação perfeita entre reforçar a importância dos estabelecimentos, trazer o consumidor para uma experiência imersiva e com conteúdo.

As lições do Pokémon GO para o varejo

Assim como várias tendências, Pokémon GO não vai durar pra sempre. No entanto, eles oferecem grandes oportunidades de crescimento de receita e de vendas para quem souber reagir bem à "febre" do momento e inovar. Nem sempre isso precisa de um investimento grande – basta investir no produto certo e pelo período correto.

Em geral, o tráfego em shoppings e lojas físicas pode ser impulsionado pelo Pokémon GO, seja pelo convite a vir buscar Pokémons nas lojas ou até mesmo ao fazer marketing ao redor do jogo, oferecendo descontos ou ofertas para os treinadores Pokémon. O desafio principal é transformar esse transeunte em comprador, e fazer desse novo consumidor um cliente fiel. O que essa tendência recente mostra é que é possível que para os varejistas, o futuro da interação com o shopper seja através da gamificação e da experiência, transformando a compra em algo divertido e oferecendo recompensas.

A janela de tempo para capitalizar em cima dessa tendência é bem pequena. Assim como os jogadores capturam Pokémons, os varejistas precisam "capturar" novos treinadores Pokémon, convertê-los em clientes da marca e criar um relacionamento com eles a partir daí. Com a chegada de novos aplicativos com realidade aumentada e baseados em geolocalização, existe uma grande oportunidade de influenciar o comportamento das pessoas, criando um senso cada vez maior de personalização e exclusividade. Essa nova onda de marketing mobile pode ser a ponte que faltava entre o engajamento online e dentro das lojas.

Fonte: Kantar Brasil Insights

 

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